O escândalo provocado pela pedrada que uma criança recebeu no colo de seu pai, em frente ao recinto dos chimpanzés no Zoo de Belo Horizonte, está mostrando a realidade trágica da exposição dos grandes primatas a um público despreparado.
Se observamos o vídeo do acidente, o pai estava com a criança no colo, a poucos metros do recinto dos chimpanzés, sem grade, separado por um fosso. O chimpanzé arremessou um pedaço de tijolo, que bateu na cabeça da menina e depois na face do pai, ambos caindo de costas.
A culpa de tudo isto é da insistência absurda da Prefeitura de Belo Horizonte e do Zoológico de usar grandes primatas para divertir o público, em recintos que não têm nenhuma proteção nem para os primatas nem para o público. Este pedaço de tijolo que o chimpanzé arremessou é um Ato de Protesto, pela vida de escravidão e exploração que lá levam. Ele não estava brincando, ele estava furioso. E a única forma de mostrar seu protesto era aquela. Se ele escapasse, sem dúvida, mataria aquela criança e o seu pai, que são os representantes, para os chimpanzés, dos humanos que os mantém prisioneiros e em exibição.
O Zoológico de Belo Horizonte está nas manchetes de jornais com muita frequência, seja pela perda de animais importantes, como os gorilas e felinos que lá morreram prematuramente, assim como pela transmissão da Leishmaniose Visceral (enfermidade fatal) entre animais contaminados e o público visitante. O Zoológico está localizado numa zona endêmica de Leishmaniose e a contaminação aos visitantes não pode ser descartada, como acontece entre os animais que lá moram.
A única solução ética e correta é o fechamento para visitação pública e sua conversão num Centro de Resgate, do qual o Estado de Minas Gerais está tão necessitado, para acolher sua fauna que não tem local apropriado para ser abrigada.
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional
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