SANTUÁRIO SAVE THE CHIMPS

Faltava pouco para fazer 50 anos. Durante 35 morou numa gaiola de laboratório, no centro de tortura da Fundação Coulston. Foi inoculado com todo tipo de doenças, fizeram dezenas de coletas de sangre, biópsias e outros procedimentos invasivos e ainda foi usado como reprodutor. Wes foi capturado na África, dois anos após o seu nascimento em 1963. Sua família foi assassinada e ele, junto com outros com a mesma sorte maldita, foram embarcados em gaiolas para os Estados Unidos em um navio, como era feito com os escravos negros dezenas de anos antes.

Wes foi libertado pela primatóloga Dra. Carole Noon, fundadora do Santuário de Fort Pierce, junto com outros 20 inocentes que eram de propriedade da Força Aérea Norte-Americana via judicial. Ele viveu nove anos no Santuário esquecendo as barbaridades que fizeram com ele. Sempre brincalhão, tanto com chimpanzés como com os tratadores, desafiando a todos no corre-corre e no pega-pega. Ele morreu com um sorriso nos lábios, muito antes do que deveria, com seu coração enfraquecido pelas múltiplas experiências criminosas a que foi submetido. No dia 30 de setembro de 2010, com o sorriso de sempre, ele entregou sua alma ao Criador. Seu amigo inseparável Gromek, sua filha Kippy e seu filho Spudnut, todos no Santuário, choraram por este velho lutador. Outros sete filhos, que nunca o conheceram e de paradeiro ignorado, não puderam abraçá-lo antes de partir para o infinito.

Wes é outro mártir da luta cruel e desigual que estes extraordinários seres mantém contra a cultura infame da exploração de primatas inocentes no país mais poderoso do mundo.

Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional