É ÉTICO UM CIENTISTA BRASILEIRO TORTURAR UM MACACO TAMBÉM BRASILEIRO?
O Aotus trivirgatus é um macaco delicado, manso, de olhos enormes e vista noturna, popularmente é conhecido como macaco-coruja no norte brasileiro. Tem um ou talvez mais, que vive na Universidade de Duke, na América do Norte, levado por um cientista brasileiro, Miguel Nicolelis. Aquele macaquinho delicado, de olhar triste, assustado, vive uma tortura infernal na mão do cientista e de sua equipe. Um eletrodo foi implantado em sua cabeça para monitorar suas reações, e ver como os impulsos elétricos se convertem em comando a diferentes objetos, inclusive a um robô a milhares de quilômetros de distância, no Japão.
O cientista brasileiro já se exibiu com aquele infeliz Aotus em todas as televisões do mundo, e em todas as revistas e jornais. Recentemente estava na Suécia exibindo “suas descobertas científicas”. O delicado Aotus, que nem nome foi publicado, aciona um braço mecânico, quando recebe impulsos elétricos de seu captor.
O cientista promete que isso vai ajudar a entender a doença de Parkinson e talvez desenvolver algum tratamento. Sempre é a mesma coisa, em aras de prolongar alguns anos a vida de uma superpopulação humana são sacrificados milhares de primatas e outros animais. O debate hoje está aberto em nossa sociedade, porém aliviar a dor humana eventual criando uma dor artificial em um outro ser quase humano avasalham os limites da ética
Dr. Pedro A. Ynterian
Projeto GAP Internacional
(Ver matéria da Folha de São Paulo, Caderno de Ciências, Página A19, 16/11/2007 http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u346116.shtml )
Notícias do GAP 21/11/2007