Uma outra tragédia anunciada
postado em 12 nov 2014

No Zoológico de San Francisco, um bebê gorila fêmea de 15 meses de idade, de nome Kabibe, morreu ao ser pressionada por uma porta hidráulica que era fechada para prender toda a família de gorilas nos dormitórios.

É uma prática comum, já denunciada por nós em inúmeras oportunidades. Todos os zoológicos no mundo costumam trancafiar, por 15-16 horas por dia, todos os seus primatas e grandes felinos nos dormitórios após o fechamento do parque.

Geralmente não os alimentam o dia todo, para forçá-los, através da fome, a entrar naqueles reduzidos cubículos, onde ficam condenados a passar mais de 2/3 do dia.

Na vida natural, todos os primatas se alimentam durante o dia e a noite descansam; nos zoológicos, sua biologia é alterada, já que não comem durante o dia,  só à noite, como uma forma de incentivá-los a entrar no lugar fechado. Esse jogo de portas – aberturas e fechamentos -, que os primatas odeiam profundamente, pois limita sua liberdade de movimento, já tão reduzido por morar em pequenos espaços, se acrescenta com a luta entre tratadores e animais, para forçá-los a fazer coisas que eles não desejam.

O preço disso é a morte absurda de um bebê gorila fêmea, que poderia ter uma vida mil vezes melhor – fora de qualquer zoológico, que são totalmente anacrônicos e superados no mundo de hoje.

Dr. Pedro A. Ynterian

Presidente, Projeto GAP Internacional