Um Bonobo Assassinado
Na última edição do Nautilus n° 42, publicação mensal de nossos colegas do PGS (GAP Espanhol), relata-se uma história aterrorizante, que vamos reproduzir aqui. Susana Cachafeiro é membro do PGS da Espanha e estava fazendo um turismo ecológico no Congo. Lá conheceu Elsa e Ivan, do Grupo “Veterinários Sem Fronteiras”, que fazem trabalhos de educação ambiental em países africanos.
Eles foram as testemunhas de um fato aterrorizador. Meses atrás na estrada de Kirumba a Butembo, no Congo, se encontraram com um bonobo. Eles pararam o veículo e o bonobo começou a tocar a porta, solicitando que lhes abrisse. Elsa não sabia o que fazer “Parecia pedir-nos socorro, parecia muito assustado…”. Elsa tinha medo de abrir-lhe a porta e se ele ficasse agressivo, tentaram continuar andando, porém o bonobo corria e se colocava frente ao veículo. Instantes depois aparecem congoleses de bicicletas. Entre o bonobo e o veículo não tinha espaço para eles passar. O bonobo insistia em que abrissem a porta, com olhos de desespero. Os congoleses começam a jogar pedras e pedaços de madeira contra o bonobo, que respondeu também com pedras. Elsa tentou fazer com que parassem, por fim, o bonobo fugiu.
Quando chegaram a Butembo contou o acontecido a um amigo ambientalista, que conhece o caso e lhes relatou que uma organização ambientalista tinha soltado o bonobo perto da cidade seis meses atrás. Após muita denúncia e mobilização de organizações ecológicas, um grupo saiu a procura do bonobo. Quando chegaram a uma vila foram informados que o bonobo foi assassinado, e tinha sido comido pelos congoleses.
Elsa não entendeu como uma organização ecológica libertou o bonobo na mata sem proteção, após ficar anos no cativeiro. Segundo ela, o Congo é um país sem lei e sem controle. Em Kinshasa, a capital, queimam os primatas vivos e depois o usam como alimento. Também capturam bebês gorilas para vendê-los como pets, os colocam em malas a fim de cruzar a fronteira e quando vêem o perigo, os abandonam dentro das malas fechadas, matando aqueles seres sufocados.