Nas piores tiranias que a humanidade já conheceu, os prisioneiros eram isolados do mundo externo, incluindo sua família e amigos mais íntimos. Era uma forma de puni-los duplamente, sendo presos e isolados.

Neste fim de semana, em Río Negro, sul da Argentina, um chimpanzé  chamado Toti, foi proibido de receber visita da única amiga que tem neste mundo, já que sua família desapareceu faz tempo: Alejandra Juarez, representante do Projeto GAP na Argentina.

Toti não cometeu nenhum crime, foi condenado sem juízo a viver num jaula exígua, construída para ele, à semelhança de um “domo”, porém menor, como aqueles que existem nos centros de torturas Norte-Americanos, para abrigar com segurança quase absoluta a centenas de seres, que foram submetidos às mais absurdas experiências médicas.

Em Río Negro, o dono de um Zoológico, se converte no Maior Tirano na vida deste meigo e infeliz chimpanzé, isolando-o do estreito mundo de seus afetos, mais como uma represália frente a uma mulher lutadora que o desafia, é uma forma de mostrar o seu poder temporário.

Agora, mais que nunca, a Justiça Argentina deve dar um veredito favorável à libertação de Toti, um prisioneiro de consciência, em mãos de um senhor feudal, que pensa que o dinheiro pode tudo, até dispor da vida de um semelhante primitivo.

A Notícia: No dia 24 de abril passado, Vânia Ynterian, representando o Projeto GAP Internacional; Alejandra Juarez, do Projeto GAP na Argentina, e Melina Martinez e Maria Ines Merino, Coordenadoras do PGS em Río Negro, tentaram visitar o chimpanzé Toti no Zoológico de Bubalcó, em Río Negro, mas Alejandra Juarez foi impedida de entrar por ordem do dono do Zoológico, que é privado. Alejandra é a única amiga que Toti teve nos últimos anos e o acompanha desde que morava no Zoológico de Córdoba, de onde foi transferido, no fim do ano passado – na calada da noite – quando um Habeas Corpus, impetrado na Justiça, poderia libertá-lo do isolamento em que vivia.

Dr. Pedro A. Ynterian

Presidente, Projeto GAP Internacional

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