Um bebê sequestrado volta para sua mãe
postado em 18 mar 2009

RESERVA FONGOLI, SENEGAL

A antropóloga Jill Pruetz e sua equipe colocaram Aimee, um bebê chimpanzé fêmea de 9 meses de idade, envolta em um saco a menos de 15 metros de um grupo de chimpanzés, que eles acompanham há mais de 7 anos, e rezaram por ela. Um chimpanzé jovem, Mike, se aproximou, cheirou a surpreendente encomenda, a pegou consigo e a entregou à sua mãe Tia, que cuidava de suas próprias feridas.

O grupo começou a andar e os humanos foram atrás. Tia levava o bebê, porém às vezes Mike também ajudava a carregá-lo. A mãe estava ferida devido ao ataque de cachorros dos caçadores, que dias antes tinham seqüestrado o bebê dela. Mike e Tia sabiam que aqueles humanos que os acompanhavam de perto eram bem diferentes daqueles que dias antes os atacaram com violência.

Dra. Jill Pruetz, que estava nos Estados Unidos, na Universidade de Ohio, onde leciona, tinha recebido a notícia do seu gerente de campo Dondo "Johnny" Kante de que tinham recuperado um bebê chimpanzé horas antes, e que era a filha de Tia. Ela não pensou duas vezes e voltou às pressas para o Senegal, à Reserva Fongoli, que ela acompanha faz anos, para tentar o quase impossível – retornar o bebê à sua mãe, algo que nunca tinha acontecido na vida livre.

Dr. Robert W. Shumaker, cientista do Great Ape Trust de Iowa, que financia parte dos trabalhos de Jill no Senegal, declarou: "Eu não conheço uma situação similar a esta que deu certo como desta vez." Todos consideram que a atitude de Mike, o chimpanzé jovem que pegou o bebê e o entregou à sua mãe, e ajudou a transportá-lo, foi um caso extraordinário de como os chimpanzés têm consciência de sua comunidade.

O gerente de Jill em Fongoli, Kante, à quem lhe foi oferecido o bebê dias antes pelo grupo de caçadores, foi quem conseguiu identificá-lo como a filha de Tia e convenceu o caçador a entregar-lhe, já que tinha cometido um delito.

Jill Pruetz foi reconhecida por seu trabalho em Fongoli, no Senegal, meses atrás, quando a National Geographic, que também ajuda a sua pesquisa, a mostrou ao mundo, assim como o grupo de chimpanzés da savana que ela acompanha, que vivem em cavernas e caçam pequenos mamíferos para alimentar-se.