LUZES DA ÁFRICA, UMA REPORTAGEM
Na revista Época, edição semanal do dia 21 de junho passado, foi publicada uma reportagem sobre a floresta impenetrável Bwindi, no coração de Uganda, tripla fronteira com o Congo e Ruanda, onde poucas centenas de Gorilas de Montanha ainda sobrevivem, agora protegidos das cruentas lutas que se sucedem nesta região, ao converter-se em uma fonte econômica para o turismo desses países.
A proteção já rendeu dividendos, segundo o relato do jornalista Harold Castro e seu filho Mikael Castro, antropólogo, que nos últimos seis meses percorrem a África para levar ao Brasil suas experiências sobre esse continente, no ano em que é sede da Copa do Mundo.
No primeiro censo de gorilas na região em 1987 contaram 280 indivíduos em Bwindi. Em 2003 eram 320, em 2006 eram 340, em 2010 espera-se que sejam de 360 a 370 indivíduos.
No parque nacional de Bwindi 123 gorilas estão habituados à presença humana, divididos em sete grupos, seis podem ser visitados por turistas e um está reservado para os pesquisadores. O grupo de Nshongi, que conta com 34 membros, incluindo três dorsos prateados, foi o visitado pelos Castro, que está reproduzindo bem: oito bebês com menos de três anos. Seis turistas no máximo por dia podem visitá-los durante alguns minutos e a sete metros de distância. Após dois anos nessa rotina, o grupo já está acostumado com a presença humana, a qual não teme e permite a aproximação.
Desde os anos 70 até 1986 esta zona viveu uma guerra civil, que matou milhares de animais, os poucos gorilas que sobreviveram foram o núcleo que agora é preservado. Por outro lado, o último rinoceronte observado foi em 1982 e eles não tiveram a mesma sorte.
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional