Tortura de animais
postado em 30 abr 2008

Galileu morreu na Praia

A Revista Galileu (http://revistagalileu.globo.com/), exemplar n° 202 de Maio 2008, tem na capa um chimpanzé bebê e a pergunta “Ele precisa ser sacrificado?” Quando você mergulha na matéria percebe que a mesma não chega a lugar algum, nem condena o sacrifício de animais em aras da Pseudociência, nem é conclusiva em sua utilidade.


Entre outros erros que induz o leitor, reproduz novamente uma parte da entrevista, já publicada na Revista Época, e por nós aqui comentada, com a falsa mãe adotiva do Chimpanzé Nim Chimpsky, que o treinou na linguagem dos sinais e depois o colocou por toda vida em uma gaiola, até ele morrer recentemente aos 26 anos de idade. A falsa mãe adotiva, uma psiquiatra norte-americana conhecida, para justificar seu ato de insânia, alega que eles não são iguais a nós, e os gestos e expressões de um chimpanzé não refletem exatamente seu estado de ânimo, como dizendo que eles não têm emoções nem sentimentos.


Talvez o pior desta matéria é o tratamento que se dá ao chamado neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que trabalha na Universidade Duke, nos Estados Unidos, onde tortura um grupo de macacos brasileiros, abrindo a caixa craniana deles e instalando eletrodos para monitorar suas reações.


Apesar de recolher testemunhas de ONGs e pessoas que lutam contra a tortura de animais, como Nina Rosa e seu extraordinário vídeo “Não Matarás”, não mostra a cruel realidade de milhares de chimpanzés em laboratórios médicos nos Estados Unidos, que são submetidos a sessões diárias de abusos, injetando-os todo tipo de substâncias e agentes infecciosos, anestesiando-os repetidamente, fazendo biópsias do fígado a cada semana e por ai em diante. Esta é a ciência que se pratica e que Galileu infelizmente não mostrou. O bebê chimpanzé da capa da revista, que sem dúvida ajudou a vender muitos exemplares, não ajudou a esclarecer à população a extensão da insanidade que se pratica atrás das portas de centenas de centros de tortura médica no mundo afora, incluindo nosso país.


Dr. Pedro A. Ynterian
Projeto GAP Internacional
Notícias do GAP 30.04.2008