Termina a Odisséia de um Chimpanzé para Ter um Lar
postado em 13 jun 2005

No dia 14 de junho, às 15:30 h, via TAP, deve chegar ao Aeroporto Internacional de Cumbica, Guarulhos-SP, um chimpanzé de nome Bongo, de 10 anos de idade, procedente de Lisboa, porém nascido em Angola.

A odisséia que este chimpanzé tem vivido e que vai terminar com sua chegada ao Brasil, no Santuário de Grandes Primatas do GAP, em Sorocaba, em companhia de 34 de sua espécie que lá vivem, traduz o drama que estes primatas sofrem neste mundo que os está levando a extinção rapidamente. Bongo foi comprado no mercado de Luanda pelo Sr. Mario Ferreira Teixeira do Carmo, residente em Angola, para evitar que fosse sacrificado e sua carne comercializada para consumo. O Governo de Angola o declarou Fiel Depositário do primata, e em 1996 lhe deu uma permissão para levá-lo a Portugal, onde ele foi residir definitivamente. Quando chegou a Portugal, ficou com ele 8 anos em sua casa e posteriormente foi enviado temporariamente ao Badoca Safari Park, um zoológico particular perto de Lisboa junto com uma bonobo, fêmea, que é uma espécie diferente de chimpanzé, que o Sr. Mário também tinha trazido de Angola.

Como o Zoológico não tinha um recinto adequado, a bonobo foi aceita em um zoológico em Colonia, Alemanha, e o Bongo, no Santuário do GAP no Brasil, com autorização prévia do IBAMA. A tramitação da documentação para transferência começou em 2003, e só agora foi concluída. Foi necessária a intervenção do Ministério de Agricultura de Angola que mudou o Fiel Depositário, do Sr. Mario para o Santuário do GAP no Brasil, e enviou uma pessoa a Lisboa para oficializar a transferência.

Após a realização de todos os testes sanitários requeridos, a transferência deverá ser feita simultaneamente, do Bongo para o Brasil e o bonobo, de nome Ximba para Colonia, que será realizada no dia 14 de junho, dia em que ambos serão embarcados para diferentes destinos. Ximba vai para Colonia onde existe um grupo de bonobos, que é um chimpanzé em extremo perigo de extinção, já que somente existe na Floresta do Congo, na margem sul deste Rio. Em cativeiro, os chimpanzés comuns devem ser mantidos separados dos bonobos, a fim de evitar reprodução entre espécies hoje consideradas diferentes.

O chimpanzé Bongo será incorporado a algum grupo dos existentes no Santuário, e junto com outros chimpanzés que chegaram da Bolívia e Holanda no ano passado, será integrado rapidamente a sua comunidade. Os chimpanzés têm 99,4% de nosso DNA e são considerados nossos parentes mais próximos no Reino Animal.