Susi – Primeiro chimpanzé fêmea com Diabetes Tipo I no Santuário
postado em 09 ago 2005

Susi, chimpanzé de 32 anos de idade, que chegou ao nosso Santuário em 01 de fevereiro deste ano, está sofrendo de Diabetes Tipo I.

Os grandes primatas são muito semelhantes a nós humanos. Susi foi comprada quando tinha um ano de idade (em junho de 1974) por um casal que trabalhava em circos e não teve uma vida de muitos sabores, mas uma vida de trabalhos e apresentações. Era muito querida por este casal porém, vivia em uma gaiola pequena, sem a companhia de outros chimpanzés. Talvez, pela deficiência de espaço, pela constituição física, Susi não se desenvolveu muito, sendo, como dissemos para os humanos, do tipo ?mignon? – pequenina e delgada.

Algumas semanas atrás, observamos que Susi estava ingerindo muito líquidos, urinando bastante e estava muito magra apesar de se alimentar muito bem. Para termos uma certeza do que poderia estar acontecendo com nossa pequena Susi, a submetemos a um exame físico completo com auxílio de dois médicos humanos e coletamos sangue para os exames laboratoriais, onde foi constatado que ela estava realmente em um estado avançado de Diabetes do Tipo I.

Imediatamente foi iniciado o tratamento a base de insulina diária e uma dieta pobre em carboidratos e rica em proteínas.

Com a resistência peculiar dessa espécie, rapidamente Susi respondeu ao nosso tratamento e está se recuperando dia-a-dia, voltando a nos trazer alegria de compartilhar com ela mais essa vitória. Ela entende tudo o que estamos fazendo e nos oferece o bracinho para aplicarmos a insulina, os dedinhos para retirarmos a gotinha de sangue para controlarmos a glicemia, come apenas aquilo que ela pode comer, não aceita doces ou outras coisas que lhe podem fazer mal, toma a sopa contendo legumes, verduras e alguma fonte de proteína com gosto e com alegria. Ela ingere a sopa como se fosse realmente uma pessoa, utilizando corretamente uma colher. Ingere também sucos e líquidos em um copo plástico, tomando aos goles, intercalando com a alimentação, como fazemos em nossas refeições.

Ela sabe o que é bom para ela e nos pede quando quer um pouco mais de alguma coisa. Quando termina nos dá as costas para lhe fazermos carinho e niná-la em nosso colo como uma pequena criança que deseja fazer a sesta depois de se alimentar.

Susi está nos ensinando muito. Cada vez mais temos a certeza de que ela e outros como ela, são portadores de uma inteligência e sabedoria instintiva que nós humanos temos que aprender a distinguir, compreender e respeitar.

Ela sabe que está doente e luta por sua vida, não aceitando aquilo que possa agravar o seu estado de saúde. É um exemplo para várias pessoas que não conseguem seguir uma dieta ou um tratamento por que necessitam se abster de alguma coisa de que gostam muito em prejuízo de sua própria saúde. Até isso eles nos ensinam:
– A respeitar os limites de nosso corpo e de nosso organismo!

Agradecemos o empenho dos amigos que nos auxiliaram a trazer nossa Susi de volta a normalidade. Susi especialmente agradece ao Dr. Miguel Vaudano (a direita), ao Dr. Eduardo Pagani (a esquerda) e a Dra. Maria Beatriz, médicos humanos que se prontificaram e a auxiliaram com carinho, respeito e dedicação.

Nossos mais sinceros agradecimentos!

Dra. Cléa Lúcia Magalhães

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