Sociedade para Proteção de Animais em Cativeiro: carta para Comissão de Educação e Cultura / CAPTIVE ANIMALS PROTECTION SOCIETY: LETTER TO EDUCATION AND CULTURE COMISSION
postado em 13 out 2008


Para Câmara dos Deputados – Comissão de Educação e Cultura


 


Presidente João Batista Matos


Gabinete 720 – Anexo IV
Câmara dos Deputados
Praça dos Três Poderes
Brasília – DF Brazil


Por e-mail: dep.joaomatos@camara.gov.br


 


6 de Outubro de 2008


 


Prezado Presidente,


 


Circos com animais


 


Escrevo por conta do debate público que está para acontecer e a votação para por fim ao uso de animais em circos.


         


A Sociedade para Proteção de Animais em Cativeiro (Captive Animals Protection Society – CAPS), fundada em 1957, é a principal organização com sede na Grã-Bretanha que trabalha para o fim do uso de animais em circos. Nós apoiamos totalmente a campanha para o fim de circos com animais no Brasil e pedimos seu apoio para por fim à prática.


 


Circos com animais são coisas do passado – a crueldade não deve mais ser vista como entretenimento.


 


Por suas próprias características, os circos não conseguem atender todas as necessidades dos animais, devido a movimentação rotineira entre diversos lugares, estruturas temporárias e inadequadas e métodos de treinamento utilizados. Os animais apanham, são chutados, chicoteados e socados para que façam sua performance.


 


O senhor deve estar ciente de que em agosto último o Ibama teve que resgatar dois chimpanzés, um rinoceronte, hipopótamos, girafas, camelos, pôneis e vários elefantes de um circo devido às condições precárias. Esta não foi a única vez que animais tiveram que ser resgatados. Há dois anos as autoridades tiveram que achar lugares para abrigar 68 leões que foram abandonados por circos no Brasil.


 


Nós também pedimos que senhor pense em animais como Gil, uma chimpanzé resgatada de um circo brasileiro quando tinha 13 anos e levada para um santuário do projeto GAP – Grupo de Apoio aos Grandes Primatas Brasil. O circo tinha tirado Gil de sua mãe quando ela era ainda um bebê e a vestiu com roupas humanas. No santuário, Gil criou um laço afetivo muito forte com outro chimpanzé, Jango, que era de um circo em Minas Gerais e havia sido castrado e teve todos os seus dentes extraídos.


 


O GAP tem vários exemplos de animais resgatados de terríveis condições em circos brasileiros. Como Tuca, de 40 anos, outra chimpanzé que pulava de um circo para outro e chegou a comer jornal para matar a fome, já que ninguém lhe dava comida.


 


Cada animal que sofre em um circo é um indivíduo, cada um dotado de sentimentos e emoções. 


 


E claro, há também vítimas humanas. Como um menino de seis anos morto por leões em um circo em Recife, na frente de seu pai.


 


Pelo mundo, muitos países já reconheceram que animais não pertencem a circos. Áustria, Bulgária, Costa Rica, Croácia, Israel e Singapura já baniram performances com animais selvagens em circos e outros países já proíbem o uso de algumas espécies. A CAPS e outras organizações estão trabalhando com empenho para acabar com esta crueldade em outros países também.


 


Ao pôr fim a circos que usam animais, o Governo Brasileiro demonstrará que se preocupa: tanto com o bem-estar animal quanto com a opinião pública. Circos que criam seus espetáculos com o talento de artistas podem continuar a entreter o público, de crianças a adultos – muita diversão e magia em crueldade.


 


Por favor, fique à vontade para nos contactar se o senhor necessitar de mais alguma informação. O senhor também pode visitar os sites www.projetogap.org.br e www.captiveanimals.org/circuses.


 


Nós imploramos que o senhor apóie o fim do uso de animais em circos.


 


Respeitosamente,


 


Craig Redmond


Gerente de Campanhas


Sociedade para Proteção de Animais em Cativeiro


PO Box 4186, Manchester, M60 3ZA, UK


 


Tel: +44(0)845 330 3911


info@captiveanimals.org


www.captiveanimals.org


 


Registrada na Inglaterra e País de Gales com o número 1124436


 


 


To Deputies Chamber – Education and Culture Comission


 


President João Batista Matos
Gabinete 720 – Anexo IV
Câmara dos Deputados
Praça dos Três Poderes
Brasília – DF Brazil

By e-mail: dep.joaomatos@camara.gov.br


 


6th October 2008


 


Dear President,


 


Animal circuses


 


I write with regards to the forthcoming public discussion and vote to ban the use of animals in circuses.


 


The Captive Animals’ Protection Society (CAPS), founded in 1957, is the leading UK-based charity working to end the use of animals in circuses. We strongly support the campaign to end animal circuses in Brazil and urge you to support the ban.


 


Animal circuses are a thing of the past – cruelty should no longer be seen as entertainment.


 


By their very nature, circuses cannot meet all the needs of animals due to regular movement between venues, temporary and inadequate facilities and the training methods used. Animals are beaten, kicked, whipped and punched to make them perform.


 


You will be aware that in August this year, the IBAMA had to rescue two chimpanzees, a rhinoceros, hippopotamus, giraffe, camel, ponies and several elephants from a circus because of the poor conditions. This is not the only time animals have had to be rescued. Just two years ago the authorities had to find homes for 68 lions abandoned by circuses across Brazil.


 


We would also ask you to think about animals like Gil, a chimpanzee rescued from a Brazilian circus when she was 13 years-old and taken to the GAP (Great Ape Project) Brazil sanctuary. The circus had taken Gil from her mother as a baby and dressed her in human clothes. At the sanctuary, Gil developed a very strong bond with another chimpanzee, Jango, who came from a circus in Minas Gerais and had been castrated and had all his teeth removed.


 


GAP have many more examples of animals rescued from terrible conditions in Brazilian circuses. Like 40 year-old Tuca, another chimpanzee who had been moved between circuses and ate newspaper to feed herself because nobody gave her food.


 


Every animal who suffers in a circus is an individual, each one with feelings and emotions.


 


And of course there are human victims as well. Such as the six-year-old boy killed by lions at a circus in Recife in front of his father.


 


The public are increasingly aware of these problems and prefer to see circuses that rely entirely on human skills to entertain.


 


Around the world, many countries have recognised that animals do not belong in the circus. Austria, Bulgaria, Costa Rica, Croatia, Israel and Singapore have all banned wild animal acts in circuses and other countries have banned specific species being used. CAPS and other animal charities are working hard to end this cruelty in other countries too.


 


By banning animal circuses, the Brazilian Government will show that it cares: about animal welfare and about public opinion. Circuses that rely entirely on the skills of human performers can continue to amaze audiences young and old – all the fun without the cruelty.


 


Please do not hesitate to contact us if you require any further information. You can also see the websites www.projetogap.org.br and www.captiveanimals.org/circuses.


 


We urge you to support a ban on the use of animals in circuses.


 


Yours sincerely,


 


Craig Redmond


Campaigns Manager


Captive Animals’ Protection Society


PO Box 4186, Manchester, M60 3ZA, UK


 


Tel: +44(0)845 330 3911


info@captiveanimals.org


www.captiveanimals.org


 


Registered charity in England and Wales No. 1124436