Sexto sentido: intrínseco apenas aos humanos?/ SEXTO SENTIDO: INTRINSECO SOLO PARA LOS HUMANOS? / SIXTH SENSE: INTRINSIC ONLY TO HUMANS?
postado em 26 nov 2008

Muito se sabe sobre o chamado “sexto sentido”, porém, pouca – ou nenhuma – base científica é capaz de explicá-lo. Um fenômeno que não se explica, mas que se acredita existir entre os humanos. Ou alguém nunca sentiu uma sensação diferente, como se estivéssemos sendo orientados por algo para sairmos daquele local, ou ligarmos para determinada pessoa naquele momento? Mas será uma característica distinta e única dos humanos? Os fatos mostram que não. Como exemplo podemos citar o tsunami ocorrido em 2004, que devastou a Ásia. Momentos antes, vários animais começaram a se agitar e muitos migraram para regiões mais altas, como que prevendo o que estava por vir. Por mais que cientistas tentassem argumentar de que eles podiam sentir vibrações do solo e até mesmo as ondas, nenhuma argumentação, até hoje, foi suficiente para derrubar a existência de uma sensibilidade também entre os outros animais. Com os chimpanzés, não é diferente.

Em recente visita ao Santuário de Chimpanzés em Curitiba, que fiz junto com a fotógrafa espanhola Aisha Bonet, futura representante do Projeto GAP na África, nos surpreendeu a maneira como fomos recebidos pelos 18 hóspedes de lá. Os próprios proprietários, Sr. Milan e Sra. Anita, disseram-se surpresos com a calmaria e a tranqüilidade dos chimpanzés ao nos verem pela primeira vez. Assim como aqui em Sorocaba, pessoas estranhas ao cotidiano deles são recebidas com desconfiança, expressada por barulhos, gritos e demonstração de força, de maneira a intimidar os “intrusos”, já que eles não sabem quais as reais intenções dessas pessoas. Em Curitiba, no entanto, desde o início não tivemos problemas de relacionamento. Pelo contrário. Todos se mostraram amistosos e queriam contato conosco. E como explicar isso? De uma maneira ou de outra, eles percebem quando os humanos têm boas intenções, e sabem diferenciar apenas nos olhando. E não um simples olhar, mas um olhar profundo em nossos olhos. Nossa experiência no Santuário de Sorocaba também comprova nossa argumentação. Com o convívio entre eles, muitos percebem quando estamos preocupados ou até mesmo entristecidos com algo. Não só percebem como nos respeitam e muitas vezes querem até nos confortar com sua atenção e gestos.

Mais do que seres quase humanos são seres sensíveis, inteligentes. Assim, a idéia de que são apenas primatas, está cada vez mais ultrapassada. Reconhecer aos mesmos o direito à vida, à liberdade e à não tortura é mais que um dever. É nossa obrigação enquanto primatas e humanos.
 
Msc. Luiz Fernando Leal Padulla
Biólogo


SEXTO SENTIDO: INTRINSECO SOLO PARA LOS HUMANOS? 

Mucho se sabe sobre el llamado “sexto sentido”, pero, poca – o ninguna – base científica existe que sea capaz de explicarlo. Un fenómeno que no se explica, pero que se acredita que existe entre los humanos. O alguien nunca sintió una sensación diferente, como si estuviésemos siendo orientados por algo para salir de aquel local, o llamar a una determinada persona en aquel momento? Mas esta será una característica distinta e unica de los humanos? Los hechos demuestran que no. Como ejemplo, podemos mencionar el tsunami sucedido en 2004 que devastó Asia. Momentos antes, varios animales comenzaron a se agitar y muchos se trasladaron para las regiones mas altas, como que previendo lo que estaba por suceder. Por mas que cientistas intentasen argumentar de que ellos podrían sentir vibraciones del suelo, y hasta las propias ondas, ninguna argumentación hasta hoy fue suficiente para derrumbar la existencia de una sensibilidad también entre otros animales. Con los chimpancés, no es tampoco diferente.


En reciente visita al Santuario de chimpancés de Curitiba, que realizé junto con la fotografa española Aisha Bonet, futura representante del Proyecto GAP en Africa, nos sorprendió la forma como fuimos recibidos por los 18 huespedes de allí. Los propios propietarios del Santuario, Sr. Milan e Sra. Anita Starostik, se sintieron sorprendidos con la calma y la tranquilidad demostrada por los chimpancés ante nuestra presencia por primera vez. Allá como aquí, en Sorocaba, las personas extrañas a las habituales son recibidas con desconfianza, expresada por ruidos, gritos y demostración de fuerza, de forma de, “intimidar” a los mismos. En Curitiba, sin embargo, desde el comienzo no tuvimos problemas de relacionamiento. Por el contrario. Todos demostraron que eran amistosos y buscaron el contacto con nosotros. Y como explicar eso? De una manera o de otra ellos perciben cuando los humanos tienen buenas intenciones, y saben diferenciar eso solo con la mirada. Y no es una simple mirada, es una mirada profunda en nuestros ojos. Nuestra experiencia en el Santuario de Sorocaba también ratifica nuestra argumentación. Con el dia a dia de vida con ellos, muchos perciben cuando estamos preocupados o hasta mismo entristecidos con algo. Y no solo lo perciben sino que nos respetan y muchas veces nos quieren consolar con sus atenciones y gestos.


Mas do que seres casi humanos son seres sensibles, inteligentes. De esta forma, la idea de que son apenas primatas, está cada vez ultrapasada. Reconocer a los mismos el derecho a la vida, a la libertad y a la no tortura es mas que un deber. Es nuestra obligación en cuanto primatas y humanos que somos.


Msc. Luiz Fernando Leal Padulla
Biologo


SIXTH SENSE:  INTRINSIC ONLY TO HUMANS?


 


A lot is known about the sixth sense, but few – or no – scientific base is able to explain it. It is a phenomenon that is not explained, but is believed to exist only between humans. Have you ever felt a different sensation, as if you had been oriented by something to leave one place, or call someone at a specific time? But would this be a distinct and unique characteristic of humans? Facts show that this is not true. As an example we can quote the 2004 Tsunami, which devastated Asia. Moments before a lot of animals seemed to be worried and a great quantity migrated to higher regions, as if they were predicting what was about to happen. Even with the scientists arguing that they were able to feel soil vibrations and even waves, no argument, until now, was successful to drop the explanation that there are other animals who are also owners of special senses. With chimpanzees this is not different.


 


In a recent visit to GAP Chimpanzees Sanctuary in Curitiba, done together with the Spanish photographer Aisha Bonet, future representative of GAP Project in Africa, the way we were received by the 18 guests surprised us. Even the sanctuary’s owners, Mr. Milan and Mrs Anita, told they were surprised with the calm and tranquility of the chimpanzees that were seeing us for the first time. In Sorocaba sanctuary, different people in their routine are received with suspicion expressed with noises, yells and power demonstrations, aiming to intimidate the “intruders”, as long as they do not know the real intention of new people in the beginning. Nevertheless, in Curitiba we did not have this initial relationship problem. On the contrary. Every one showed friendship and wished to talk to us. How to explain that? In a way or the other, they know when the humans have good intention and learn to differ only by looking. And it is not a simple look, but a deep look into our eyes. Our experience in Sorocaba sanctuary also proves our arguments. After a while of living the day-by-day with them, they are able to notice when we are worried or even sad with something. The not only notice, but also respect and many times want to console demonstrating attention and doing some gestures.


 


More than almost human beings, they are intelligent. Then, the idea that they are only primates is each day even more old-fashioned. Recognize to them the right to life, to freedom and to non-torture is more than a duty. It is our obligation as primates and humans.



Msc. Luiz Fernando Leal Padulla
Biologist