A matéria da ANDA que a seguir reproduzimos prova que as baleias do SeaWorld, e muito possivelmente de todos os parques aquáticos, incluindo o Loro Parque na Espanha, são dopadas com Valium e outros benzodiazepínicos, para mantê-las calmas, para que não agridam entre si e aos tratadores.
Na explicação do SeaWorld admitindo o uso, o parque alega que são usadas sob controle veterinário, porém isso não justifica este uso. Também admitem que a mesma prática é usada em zoológicos, para manter os animais calmos, que ficam – claro – desesperados por serem mantidos num cativeiro forçado e são exibidos ao público.
O uso de calmantes nos animais, qualquer um que seja, deve ser condenado quando o fim é mantê-los em cativeiro e exibição forçada ante o público. Nós já recebemos chimpanzés, como é o caso de Caco, que vivia dopado no Zoológico de Sorocaba, para que não se auto-mutilasse e suportasse a presença do público que o assediava.
Depois de submetê-lo a um tratamento e encontrar uma companhia, longe de humanos que não conhece, Caco está curado e nunca mais tivemos que dopá-lo como faziam no zoológico e como fazem os parques aquáticos com suas baleias. Agora, mais do que nunca, o público que assiste a esse tipo de exibições deve se negar a visitar esses parques, que são verdadeiros centros de tortura de animais indefesos.
“SEAWORLD ADMITE DROGAR SUAS BALEIAS
Depois de meses de informações controversas que vazaram sobre o SeaWorld e o tratamento de suas baleias orcas, um documento obtido pela Buzzfeed agora revela que o parque temático administra drogas psicoativas em alguns de seus animais.
A benzodiazepina, uma droga que inclui componentes de Valium e Xanax, é usada para impedir que as orcas ajam de maneira agressiva umas com as outras, atitude que resulta de uma vida de aprisionamento. Críticos ao SeaWorld dizem que os problemas mentais das orcas estão diretamente relacionados com a forma como elas são tratadas em cativeiro. Isso significa que essas drogas são usadas para tratar uma condição que é causada pelo cativeiro e o estresse causado por serem privadas de seu estado selvagem.
O documentário Blackfish, que foi lançado no ano passado, expôs as formas horrendas que esses mamíferos são mantidos no SeaWorld. Desde então, houve várias petições contra o parque pedindo que ele libertasse esses animais.
Além disso, esta não é a primeira vez que a empresa foi acusada de administrar medicamentos nos cetáceos. O The Dodo informou em janeiro que a diretora de Blackfish, Gabriela Cowperthwaite, observou que as baleias que são separadas de suas mães ou filhotes recebem, muitas vezes, diazepam (Valium) para aliviar o estresse.
Jared Goodman, diretor de direito animal no PETA (People for the Ethical Treatment of Animals), disse ao Buzzfeed que “os registros veterinários mostram que as orcas no SeaWorld recebem drogas psicotrópicas para impedi-las de agir de forma agressiva devido às estressantes e frustrantes condições em que elas estão confinadas, em vez de financiar o desenvolvimento de santuários – a única solução humana para o problema.”
Já enfrentando inúmeras críticas de ativistas dos direitos animais, representantes do SeaWorld responderam às acusações através de um e-mail para o Buzzfeed: ”As benzodiazepinas são por vezes utilizadas na medicina veterinária para o atendimento e tratamento de animais, tanto domésticos quanto de zoológicos. Estes medicamentos podem ser usados para sedação para procedimentos médicos, pré-medicação antes da anestesia geral, e para o controle das crises convulsivas. O uso de benzodiazepínicos é regulamentado, e esses medicamentos só são prescritos para os animais por um veterinário. Seu uso na saúde dos cetáceos, incluindo baleias assassinas, é limitado, pouco frequente, e só utilizado quando clinicamente indicado na avaliação do médico veterinário responsável . Não há prioridade maior para o SeaWorld do que a saúde e o bem-estar dos animais e seu cuidado.”
Muitos ativistas disseram que orcas não reagem bem ao confinamento, e, portanto, agem de forma agressiva, mordendo o concreto e batendo suas cabeças contra as paredes dos tanques. Ingrid Visser, fundadora da Orca Research Trust, disse ao Buzzfeed que “não há uma única orca que viva em cativeiro e que não manifeste um desses comportamentos”. Visser também acusou o SeaWorld de “encher esses escravos marinhos de drogas psicotrópicas, a fim de forçá-los a executar truques estúpidos”.
Fonte:
http://www.anda.jor.br/02/04/2014/sea-world-admite-drogar-baleias
http://www.anda.jor.br/04/04/2014/frequencia-sea-world-queda-13