Rufus: perde um braço porém não se entrega
postado em 21 dez 2010

SANTUÁRIO SAVE THE CHIMPS

Se algum chimpanzé é o símbolo do sofrimento nos laboratórios de tortura médica norte-americanos, talvez Rufus seja o maior de todos. A primatologista Carole Noon o encontrou, no que ela chamou de “calabouço”, sozinho e abandonado, quando assumiu o controle dos laboratórios da ex-Fundação Coulston, no Estado norte-americano do Novo México, anos atrás.

Rufus saiu do “calabouço” e foi desfrutar do sol da Flórida, que o faria esquecer seu passado tenebroso. Porém, a infelicidade ainda o perseguia. Na metade deste ano uma infecção atingiu os ossos de seu pulso, ameaçava estender-se ao braço todo e terminar em septicemia. Em agosto foi decidido amputar seu braço. Uma equipe multidicisplinar foi montada, dirigida pelo cirurgião ortopedista humano, Dr. Guy Hickman Jr., que, de forma voluntária, junto com outros veterinários, participou da operação.

O grande problema era a recuperação pós-operatória. Os chimpanzés quando estão juntos tendem a cuidar das feridas dos outros. No início Rufus ficou sozinho e ele se acostumou mais rápido do que se pensava à ideia de não ter mais o braço direito. Uma semana depois, foi juntado com Ted, seu primeiro amigo no Santuário, que é quase cego, assim não perceberia a ferida da operação. Uma semana mais tarde, foi permitido que Marisa, sua amiga, ficasse junto deles, mas ela começou a mexer na ferida e teve que ser separada. Três semanas após a cirurgia, Rufus já tinha a ferida cicatrizada e estava pronto para reunir-se com sua família, o que aconteceu.

Rufus pensou que os anos de tortura no laboratório tinham terminado, quando este novo problema levou dor e ansiedade a sua alma. Porém, sua fortaleza e seu desejo de viver sempre foram maiores que quaisquer obstáculos em sua vida, e novamente passou por cima do sofrimento para renascer e viver muitos anos mais em companhia de seus amigos.

Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional