Rick, Sam e Rakker
postado em 02 jan 2013

Sam (Simon) e Rakker chegaram ao Santuário do GAP, em Sorocaba, quase 10 anos atrás. Quando eram bebes, um erro de manejo no Zoológico de Amsterdam provocou um ataque quase mortal de várias fêmeas de um grupo já formado em que Rakker estava sendo introduzido e não foi aceito. Sam teve melhor sorte e conseguiu integrar-se, porém nunca esqueceu o amigo, que teve que sofrer várias cirurgia para recuperar-se das feridas que cobriam seu corpo.

Durante dois anos Rakker ficou isolado, num gaiolão, enquanto se recuperava. De vez em quando, Sam o visitava para elevar seu espírito com brincadeiras, a fim de esquecer de sua quase morte. Outro personagem também entrou na vida de ambos: Rick van Groningen, hoje adulto, que nessa época era uma criança.

Como se pode ver na foto acima, Rick brincava com ambos, especialmente com Rakker, quando estava sozinho, assim como seus tratadores, para conseguir recuperá-lo totalmente. O pai de Rick era tratador no Zoológico.

Rick nos enviou há alguns dias uma mensagem para saber de ambos chimpanzés. Lhe respondemos e enviamos fotos de seus amigos de infância.

Rakker guardou o trauma dentro de sua alma. Quando escuta um chimpanzé furioso em recintos vizinhos, ele se apavora, relembrando sua experiência de bebê, que nunca mais será erradicada de sua mente. Rakker é muito humanizado devido ao contato que teve com Rick e os tratadores após o incidente. Sam o adora e mantém aquela amizade de bebês, quando um nascido na Bélgica e outro na Holanda foram juntados para serem companheiros.

Sam tem ciume da relação de alguns humanos com Rakker, especialmente a minha, e às vezes não me recebe com delicadeza, mas em poucos minutos volta a ser o Sam brincalhão de sempre. Sam gosta de brinquedos, preferencialmente carrinhos e tratores, que, diferentemente de outros chimpanzés, não desmonta e os mantém intactos, brincando com eles durante um longo tempo.

Ambos bebês chimpanzés marcaram a vida de Rick. Não há dúvidas que os três sempre recordarão os bons tempos que viveram juntos, até que as incompreensões da vida os separou.

Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional