Quantidade ou qualidade?
postado em 23 out 2007

Se fosse perguntado à você se prefere quantidade ou qualidade, qual seria sua resposta? Para alguns dependeria do que se trata; outros já não se importariam e definiriam sua preferência. Mas em relação à atenção, qual sua preferência?

Acredito que não chegaremos a um consenso a respeito, pois há quem prefira uma maior quantidade/freqüência de visitação, ainda que breve, do que uma demorada e esporádica visita. E assim também é com os chimpanzés. Mais uma vez, a semelhança não está apenas no âmbito genético e molecular, mas nas semelhanças de personalidades.

No Santuário de Sorocaba, se pudéssemos fazer um pedido ao gênio da lâmpada, com certeza pediríamos que nós fôssemos multiplicados por 42, assim, poderíamos dedicar maior tempo à todos os chimpanzés. Digo isso porque nos falta tempo para que possamos visitar um a um, com tempo suficiente de acordo com a vontade de cada um.

Para alguns, quantidade é fundamental; para outros é a qualidade. Na tentativa de suprirmos esse problema, trabalhamos com a mescla de dois fatores: quantidade e qualidade.

Para tanto, diariamente “gastamos” um tempo na visitação por todos os recintos, de maneira breve, dando um simples bom dia ou boa tarde para todos, até mesmo brincando brevemente com eles, ou levando revistas, frutas, ovos, gelatinas. Além de suprir às necessidades, é uma maneira que temos também de vistoriarmos os recintos, portas, alimentos, brinquedos, etc.

Já no quesito qualidade, reservamos durante a semana um tempo maior e específico para passarmos com cada um deles. Há aqueles que se satisfazem com poucos minutos de grooming e logo se levantam e saem, assim como há aqueles que carecem e exigem muitos minutos, podendo até mesmo ultrapassar horas.

A vontade de ficarmos por mais tempo junto deles, de maneira freqüente e até mesmo rotineira, infelizmente não depende de nós, pois o dia possui apenas 24 horas, das quais temos que ser hábeis em dividí-las com o trabalho, nossa outra família, lazer e descanso. E além disso, ainda não encontramos o tal do gênio da lâmpada para que nos multipliquemos.

Luiz Fernando Leal Padulla
Biólogo
Santuário GAP/Sorocaba