Aves apreendidas com traficantes contaminam 30 pessoas no RS
(Reprodução de matéria publicada em 13.12.2007)
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TALITA BEDINELLI da Agência Folha
Trinta pessoas foram contaminadas no Rio Grande do Sul por uma bactéria transmitida por aves apreendidas de uma quadrilha que traficava animais silvestres. Quatro soldados da Polícia Ambiental que tiveram contato com os animais estão internados.
A bactéria causa pneumonia e, caso não seja diagnosticada precocemente, pode até matar.
As aves, 499 caturritas, foram apreendidas pela Polícia Ambiental de Rio Pardo (151 km de Porto Alegre) em 23 de novembro, quando eram transportadas nos bancos traseiros de dois fuscas na BR-290, no município de Pantano Grande (125 km da capital).
Elas permaneceram por um dia na sede do pelotão aguardando uma orientação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Depois, foram transferidas para a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), que cuidaria dos animais até que eles pudessem ser soltos na mata. A universidade encaminhou os animais para uma clínica veterinária de Porto Alegre, para o zoológico do município de Canoas (20 km da capital) e para pessoas que se ofereceram para cuidar das aves.
Em 7 de dezembro, os funcionários da universidade começaram a sentir náuseas, dores de cabeça e no corpo e febre. Eles foram diagnosticados com uma psitacose –doença de aves transmitida para pessoas.
“A maioria das caturritas era filhote, que não podia se alimentar sozinha e exigia uma atenção especial. Por isso, tivemos que mobilizar um número muito grande de pessoas para cuidar delas, inclusive estudantes”, conta o diretor do Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGS, Carlos Afonso Beck.
No total, 17 pessoas, entre professores, estudantes e funcionários da instituição de ensino apresentaram a doença. Quatro soldados, um sargento, um tenente e um veterinário da Polícia Ambiental também tiveram os mesmos sintomas. Quatro deles estão internados, dois com pneumonia avançada.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, outras seis pessoas que também tiveram contato com as aves foram contaminadas em Porto Alegre.
“Os quadros são leves. A doença quando diagnosticada e tratada a tempo não causa nenhum problema grave”, diz a médica veterinária da equipe de controle epidemiológico da secretaria, Sônia Thiesen.
De acordo com o Ibama, as aves doentes foram sacrificadas e serão encaminhadas para uma análise na USP (Universidade de São paulo), que irá detectar qual o tipo da bactéria transmitida.
FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u354813.shtml
Notícias do GAP 26.12.2007