Entre você e eu podemos ter até 0,5% de diferença em nosso DNA. Entre um chimpanzé e nós a diferença é só 1,23%. O sangue humano e o de um chimpanzé, com grupos sangüineos compatíveis, pode ser intercambiado para transfusão. De um chimpanzé ou o nosso não pode ser intercambiado com outros grandes primatas, como gorilas e orangotangos.
Nós somos mais similares geneticamente a um chimpanzé que um camundongo a um rato.
Chimpanzés (Pan troglodites), Bonobos (Pan paniscus) e nós humanos tivemos um ancestral comum há dois milhões de anos. Ambas espécies são, conosco, parte da família Hominídea, e já existe proposta na Academia de Ciências dos Estados Unidos de se juntar em um só gênero: Homo troglodites, Homo paniscus e Homo sapiens. Em poucos anos isto será uma realidade e eles serão reconhecidos como nossos irmãos não-humanos pelo mundo científico.
Ante esta situação, usá-los em circos, espetáculos, explorá-los comercialmente e exibí-los em zoológicos, é fazer o que fazíamos com humanos de algumas raças vários séculos atrás. Os chimpanzés são os novos escravos da humanidade. Dar-lhes seus direitos básicos em nossa sociedade é o mínimo que podemos fazer por eles, após tê-los reduzido a poucos milhares de sobreviventes nos poucos refúgios de floresta, ainda não violados pelo homem, na África Central.
A limitação da linguagem impediu a evolução acelerada da espécie, tanto nos humanos (os Australopitecos, os Pré-Homos e até os Neandertales), como nos chimpanzés. Quando o homem começou a articular palavras, devido a uma mudança genética no Gene FOXP2, em menos de 50.000 anos desenvolveu uma tecnologia de vida fantástica e criou o mundo civilizado. A possibilidade de transmitir os conhecimentos que facilitou o desenvolvimento tecnológico, aumentou o fosso que nos separa de nossos irmãos não-humanos.
O chimpanzé é um ser inteligente, sociável, que sabe viver em comunidade, que aprende facilmente, copia técnicas rapidamente, ama, odeia, sente, sabe apreciar os avanços da vida e da civilização, gosta dos humanos, e apesar dos abusos e torturas, não guarda mágoas significativas dos que os machucaram.
Por tudo isto nós lutamos, para dar uma vida digna a eles, para resgatar seu lugar no mundo, por manter essa reserva genética que nos indica nossas origens e que não pode desaparecer.
ESTA É UMA LUTA DE TODOS NÓS!
Dr. Pedro A. Ynterian
Projeto GAP Internacional