Pelo fim do uso de animais em circos
postado em 03 abr 2009

UMA CAMPANHA RENOVADA


Na semana passada, por conta do Dia Nacional do Circo, foi lançada na Câmara dos Deputados a Frente Parlamentar do Circo Brasileiro, que tem como objetivo identificar os problemas encontrados na legislação para as comunidades circenses, aumentar os recursos para capacitar os profissionais e criar uma previdência para os artistas.


Este lançamento reacendeu a discussão sobre o uso de animais em circos e alguns donos de circos se manifestaram na imprensa defendendo o uso de animais nos picadeiros.


“O animal faz muita falta no circo. O povo fala que sofre, mas não sofre não. Porque o animal de circo é como eu, o cara que é nascido em circo. A maioria desses animais é nascida em circo e não se acostuma fora. Ele não nasceu lá na selva. Aqui no circo ele come porque a gente dá, ele não precisa caçar para comer. E come muito bem”, disse em entrevistas o relações públicas do Circo Europeu, Carlos Santos Sobrinho.


Só que todos sabemos que não é bem isso que se vê na prática. O coordenador de operações da diretoria de produção ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Cabral Borges, mostra o outro lado e afirma que é regra encontrar animais em condições ruins nos circos.


“Basicamente todos os chimpanzés que a gente encontra em circo estão com os dentes arrancados. Os felinos normalmente têm suas garras, principalmente as anteriores, arrancadas. Os elefantes são mantidos amarrados por uma pata da frente e outra de trás impedindo a movimentação e o hipopótamo, quando a gente encontra, é com a água suja, o espaço na maioria das vezes é ínfimo”, disse Borges.


Em face desta divulgação e relembrando a importância da aprovação do PL 7291, o projeto GAP reforça sua opinião de COLOCAR FIM, ATRAVÉS DE UMA LEI NACIONAL, no uso de animais em circos, ratificando os seguintes argumentos:
A REALIDADE QUE O PÚBLICO NÃO VÊ


· Animais vivem em condições totalmente inadequadas: jaulas minúsculas, deterioradas, sujas, sem qualquer enriquecimento e sem proteção ao público ou contra o assédio deste.


· Para controlar e subjugar os animais, eles são submetidos à violência e ao medo através de técnicas de treinamento que causam stress, sofrimento psicológico e em muitos casos, injúrias físicas.


· Animais apresentam comportamento estereotipado, indicador de falta de bem-estar.


· O transporte constante é um fator altamente estressante para os animais.


· Falta de segurança: por normas do Ibama, animais como os que são normalmente exibidos pelos circos são considerados de alto risco e desta forma necessitam de recintos amplos com grau máximo de segurança (portas de segurança com fechamento triplo e cadeados, cambeamentos, planos de emergência, armas de contenção etc). Isto é impossível de ser proporcionado em um circo, o que já acarretou e ainda poderá acarretar graves acidentes.


· Falta de controle sanitário: a própria itinerância dos circos e a proximidade com o público impossibilitam um controle sanitário rigoroso, permitindo a disseminação de doenças como a febre amarela, gripe aviária, herpes e tantas outras.


O Projeto GAP faz um apelo para que a mobilização pela aprovação da lei e divulgação de informações sobre os bastidores de maus-tratos continue. O ano de 2009 será decisivo para o fim da prática do país e a participação de todos, buscando e divulgando informações, dando opiniões, assinando petições e, principalmente, não indo a espetáculos com animais e denunciando situações de maus-tratos, é de extrema importância.


PEDIMOS QUE A SOCIEDADE REACENDA A DISCUSSÃO E COBRE DAS AUTORIDADES A APROVAÇÃO DO PL, CUJA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA SUA DISCUSSÃO FOI ADIADA POR DUAS VEZES NO ANO PASSADO E AGORA ESTÁ SEM NOVA DATA MARCADA.


ESCREVA PARA OS INTEGRANTES DA COMISSÃO DA CÂMARA QUE ESTÁ ANLISANDO O PL (veja os contatos aqui – http://www2.camara.gov.br/comissoes/cec/membros) E ASSINE A PETIÇÃO PEDINDO O FIM DO USO DE ANIMAIS EM CIRCOS NO BRASIL –
http://www.petitiononline.com/plcircos/.