UMA CAMPANHA RENOVADA
Na semana passada, por conta do Dia Nacional do Circo, foi lançada na Câmara dos Deputados a Frente Parlamentar do Circo Brasileiro, que tem como objetivo identificar os problemas encontrados na legislação para as comunidades circenses, aumentar os recursos para capacitar os profissionais e criar uma previdência para os artistas.
Este lançamento reacendeu a discussão sobre o uso de animais em circos e alguns donos de circos se manifestaram na imprensa defendendo o uso de animais nos picadeiros.
“O animal faz muita falta no circo. O povo fala que sofre, mas não sofre não. Porque o animal de circo é como eu, o cara que é nascido em circo. A maioria desses animais é nascida em circo e não se acostuma fora. Ele não nasceu lá na selva. Aqui no circo ele come porque a gente dá, ele não precisa caçar para comer. E come muito bem”, disse em entrevistas o relações públicas do Circo Europeu, Carlos Santos Sobrinho.
Só que todos sabemos que não é bem isso que se vê na prática. O coordenador de operações da diretoria de produção ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Cabral Borges, mostra o outro lado e afirma que é regra encontrar animais em condições ruins nos circos.
“Basicamente todos os chimpanzés que a gente encontra em circo estão com os dentes arrancados. Os felinos normalmente têm suas garras, principalmente as anteriores, arrancadas. Os elefantes são mantidos amarrados por uma pata da frente e outra de trás impedindo a movimentação e o hipopótamo, quando a gente encontra, é com a água suja, o espaço na maioria das vezes é ínfimo”, disse Borges.
Em face desta divulgação e relembrando a importância da aprovação do PL 7291, o projeto GAP reforça sua opinião de COLOCAR FIM, ATRAVÉS DE UMA LEI NACIONAL, no uso de animais em circos, ratificando os seguintes argumentos:
A REALIDADE QUE O PÚBLICO NÃO VÊ
· Animais vivem em condições totalmente inadequadas: jaulas minúsculas, deterioradas, sujas, sem qualquer enriquecimento e sem proteção ao público ou contra o assédio deste.
· Para controlar e subjugar os animais, eles são submetidos à violência e ao medo através de técnicas de treinamento que causam stress, sofrimento psicológico e em muitos casos, injúrias físicas.
· Animais apresentam comportamento estereotipado, indicador de falta de bem-estar.
· O transporte constante é um fator altamente estressante para os animais.
· Falta de segurança: por normas do Ibama, animais como os que são normalmente exibidos pelos circos são considerados de alto risco e desta forma necessitam de recintos amplos com grau máximo de segurança (portas de segurança com fechamento triplo e cadeados, cambeamentos, planos de emergência, armas de contenção etc). Isto é impossível de ser proporcionado em um circo, o que já acarretou e ainda poderá acarretar graves acidentes.
· Falta de controle sanitário: a própria itinerância dos circos e a proximidade com o público impossibilitam um controle sanitário rigoroso, permitindo a disseminação de doenças como a febre amarela, gripe aviária, herpes e tantas outras.
O Projeto GAP faz um apelo para que a mobilização pela aprovação da lei e divulgação de informações sobre os bastidores de maus-tratos continue. O ano de 2009 será decisivo para o fim da prática do país e a participação de todos, buscando e divulgando informações, dando opiniões, assinando petições e, principalmente, não indo a espetáculos com animais e denunciando situações de maus-tratos, é de extrema importância.
PEDIMOS QUE A SOCIEDADE REACENDA A DISCUSSÃO E COBRE DAS AUTORIDADES A APROVAÇÃO DO PL, CUJA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA SUA DISCUSSÃO FOI ADIADA POR DUAS VEZES NO ANO PASSADO E AGORA ESTÁ SEM NOVA DATA MARCADA.
ESCREVA PARA OS INTEGRANTES DA COMISSÃO DA CÂMARA QUE ESTÁ ANLISANDO O PL (veja os contatos aqui – http://www2.camara.gov.br/comissoes/cec/membros) E ASSINE A PETIÇÃO PEDINDO O FIM DO USO DE ANIMAIS EM CIRCOS NO BRASIL –
http://www.petitiononline.com/plcircos/.