À raiz da visita do diretor executivo do Projeto GAP da Espanha, Pedro Pozas Terrados, no dia 28 de abril passado para uma conferência no Colégio da Espanha da Universidade Internacional de Paris, França, foi anunciada a formação de uma nova delegação do GAP no país. A delegação estará a cargo de Helena Haibakelena, uma ambientalista que já vem lutando há vários anos pelos direitos dos grandes primatas em seu país.

Na conferência de Pedro Pozas, sob o título “O Futuro do Projeto GAP e a proteção aos grandes primatas, e contra a destruição das selvas tropicais”, foi denunciada a passividade de muitos governos ante a destruição das selvas tropicais, que é o habitat principal dos grandes primatas e muitos outros animais.

Pedro Pozas denunciou também que a FAO, órgão das Nações Unidas, está acobertando a destruição das florestas, anunciando que o desmatamento está diminuindo falsamente, já que o desmate para plantação de palmas que produzem óleo e eucalipto não é regeneração da floresta, e sim sua morte definitiva. Segundo Pedro Pozas, a monocultura destas árvores, exploradas comercialmente, é um deserto cheio de veneno, devido aos agrotóxicos usados e onde a biodiversidade deixa de existir, que é a razão mais importante de manter as florestas intocadas.

Durante a conferência foi apresentado um vídeo realizado na Costa do Marfim, onde um projeto para fabricar um substituto do carvão vegetal (produzido pela queima das florestas) foi implementado. O Projeto GAP deu seis máquinas para produzir este substituto de carvão e treinou vários grupos de pessoas para seu uso. É importante dar uma opção econômica de vida às populações locais, para que abandonem a destruição da floresta e da biodiversidade como forma de sustentação econômica.

Em outra parte de sua apresentação, Pedro Pozas fez uma crítica fundamentada nas conseqüências que os grandes primatas têm sofrido por sua exibição em zoológicos, que só visam o lucro e não a conservação destas espécies. Também condenou o intercâmbio constante de primatas entre instituições de países da comunidade européia, sem importar-se com a destruição dos laços familiares existentes entre esses primatas.

Terminou a sua participação reafirmando que o Projeto GAP continuará lutando pelos direitos dos grandes primatas em todas as instâncias e latitudes.

Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional