Sheri Speede é uma jovem veterinária nascida no Mississipi, de fala suave, porém de personalidade forte. Já enfrentou traficantes e exploradores de chimpanzés, e junto com soldados da República dos Camarões resgatou dezenas de primatas das mãos de bandidos.
Tudo começou há oito anos atrás quando Sheri se deparou com três chimpanzés engaiolados como uma atração em um hotel de Camarões.
Aqueles chimpanzés foram o início de sua jornada, e do Santuário Sanaga-Yong Chimpanzee Rescue Center, um dos três que lá existem. Com a força de sua vontade, sem saber falar francês nem nenhum dialeto local, convenceu o Governo a lhe ceder uma área localizada a sete horas de trem da capital Yaoundé, onde nasceu o seu empreendimento.
Hoje, Sheri tem 58 chimpanzés adultos e bebês, e atende também a uma população humana, que carece de toda assistência de saúde, e que nunca tinha visto uma mulher branca naquelas remotas paradas.
Sheri fez de tudo lá, tirou do corpo de chimpanzés chumbinho e balas, tirou a roupa que estava dentro da pele do corpo dos bebês, operou chimpanzé com má formação intestinal, sem ajuda, só com sua coragem, sua decisão e seu valor. Ela conta que é uma prática comum manter os chimpanzés bebês nas Vilas, após a morte dos pais, para serem vendidos como carne para consumo, com roupas, de forma de poder pegá-los pelas roupas em caso de luta. O bebê cresce e a roupa termina fazendo parte do corpo.
Sheri está investindo em educação, tem programa de rádio para explicar aos camaroneses que comer chimpanzés é canibalismo e é uma vergonha para o país. Ela deseja levar grupos de pessoas ao Santuário, para que eles vejam como os chimpanzés vivem, e como eles são tão próximos a nós. Ela acha que a mentalidade está mudando, e será um divisor de águas.
Um documentário sobre seu trabalho está sendo divulgado pelo programa Animal Planet da Inglaterra sob o nome Going Ape. Ela deseja levantar fundos para ampliar as instalações dela e dos outros Santuários de Camarões.
Doug Cress, Diretor Executivo da Aliança de Santuários Africanos (PASA) comentou sobre este trabalho desta extraordinária mulher “Nós dizíamos que por cada chimpanzé em um Santuário representavam 10 outros mortos na floresta”. Porém eu acho que o trabalho de Sheri Speede pode ter invertido esta equação. Agora eu diria “que cada chimpanzé no Santuário pudesse representar 10 outros na floresta que ainda podem ser protegidos”.
Para mais informações:
http://news.nationalgeographic.com/news/2006/12/061218-chimpanzees.html