O REI DA SELVA DESAPARECE
Leela Hazzah, ainda adolescente, como seu pai o fez quando jovem, subia no telhado da casa em seu nativo Egito quando já era noite e aguardava pacientemente para escutar os rugidos dos leões na floresta dos arredores. Mas ela nunca conseguiu repetir a experiência do seu pai, pois os leões tinham desaparecido do seu querido país.
A mesma Leela, agora uma bela mulher de 30 anos, repete a experiência de criança na sua casa ecológica no meio das vilas da tribo Masai, no sul do Kenya. E esta vez com sorte algum rugido atravessa a noite africana. Leela hoje luta para salvar os últimos leões africanos, convertendo os guerreiros Masai, que tinham orgulho do número de leões que matavam, em protetores dos mesmos.
Nos últimos 20 anos, 85% da população de leões da África em vida livre desapareceram. Passou de 200.000 para pouco mais de 20.000. Em 10 anos é possível que não existam mais. O Rei da Selva, o majestoso felino do universo, foi aniquilado pelo maior predador da Terra: o Homem.
Leela Hazzah, hoje uma bióloga e ecologista, ainda luta para salvar esta espécie. Pelo menos os guerreiros Masai já foram convertidos em protetores e a acompanham em suas buscas por leões pelas savanas africanas, a fim de proteger os pequenos grupos dispersos.
É um dever de todos lutar para que esta espécie, como os grandes primatas, não seja extinta. A Panthera leo, nome científico do Rei da Selva, merece um destino melhor. Em nossas mãos está a missão de impedir o seu desaparecimento, inclusive em nosso país.
Pedro A. Ynterian
Presidente Projeto GAP Internacional