O ganhador do Prêmio Nobel de Medicina, Sydney Brenner, falando no 1° Fórum de Medicina do Amanhã, realizado no último fim de semana no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, descartou a necessidade de usar modelos animais para pesquisa das doenças humanas.
Numa matéria do Jornal Valor – A Medicina do Futuro – pode ser destacado: “Segundo Brenner, será preciso produzir uma nova geração de cientistas clínicos que também sejam os melhores cientistas de ciências básicas. Precisam ser os melhores, porque vão encontrar problemas excepcionalmente difíceis, envolvendo organismos mais sofisticados que já foram criados, ou seja, os seres humanos. Não precisaremos usar modelos animais para doenças, já que temos modelos humanos. É um período maravilhoso que vivemos agora. Temos os recursos e os talentos para darmos passos maiores do que demos nos últimos 60 anos.”
Outro participante do Fórum, Daniel Lieberman, diretor e professor de biologia humana evolucionária da Universidade de Harvard, declarou: “Nossos corpos não foram projetados, evoluíram. Se quisermos saber por que estão como estão e por que ficamos doentes, temos que ter perspectiva evolutiva.” Para ele, destaca a matéria do Jornal Valor: “a bioquímica, a genética, a fisiologia e a anatomia explicam os mecanismos da doença, os mecanismos pelos quais os corpos funcionam.”
Estes novos conceitos, que estão revolucionando a pesquisa médica, direcionando-a para entender os mecanismos que operam em nosso organismo a nível celular e molecular, fazem desnecessário, evidentemente, usar modelos animais na pesquisa biomédica.
Como falou o Prêmio Nobel de Medicina, Sydney Brenner, em sua recente palestra: “Todo esse progresso tecnológico nas últimas décadas revolucionou a biologia. E a biologia humana, em minha opinião, será a base da pesquisa biomédica.”
Isto termina com a experimentação animal para aplicá-la ao modelo humano. Hoje, os cientistas têm a tecnologia e métodos para resolver todos os problemas do funcionamento do organismo humano, sem ajuda de nenhuma outra espécie.
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional