Adquirimos dezenas de experiências no convívio com os bebês chimpanzés, de como eles sabem dissimular suas intenções quando desejam alguma coisa, e sabem quando nós, humanos, ou até seus próprios irmãos, não desejamos. Eles também sabem que carregamos nos bolsos alguns doces, gelatinas, bananinhas que eles gostam, quando vamos na mata ou estamos dentro das áreas com cerca elétrica. Geralmente se aproximam, com algum outro pretexto, e quando nos distraímos, metem a mão no bolso, às vezes sem percebermos, de forma tão rápida e inesperada para não podermos reagir e depois saem correndo.
Dias atrás, descemos pelo caminho que dá acesso ao pequeno rio do Santuário e vi que Guga voltou, passou por mim, como se regressasse; algo inusitado, já que ele gosta de ir ao rio, subir em um conjunto de bananeiras na margem, de onde pula para todo lado. Voltei a olhar para ele, que começou a comer algumas flores brancas, as quais os chimpanzés eventualmente pegam e comem, a fim de justificar sua atitude. Continuei andando, ele então correu, pulou por cima de mim, pegou o meu boné e sumiu com ele pela mata para que eu não o pegasse dele.
Alguns bebês gostam de tirar nossos bonés, colocá-los na cabeça como nós e brincar com eles até destruí-los. Como sabem que cuidamos dos bonés, eles sempre buscam a melhor oportunidade para pegar-nos de surpresa, que foi o que Guga fez.
Recentemente foi publicado em alguns jornais do exterior que uma pessoa, na cidade de San Cristobal, na Colômbia, tinha treinado um chimpanzé, supostamente pequeno, para roubar carteiras de pessoas distraídas na praça central da cidade e o chimpanzé fazia o trabalho com eficiência, até ser capturado pela Polícia local.