Os animais procuram a felicidade?
postado em 24 ago 2011

QUEBRANDO PARADIGMAS

Numa matéria da Revista Época de 22 de agosto, foram publicadas fotos do livro “The exultant ark”, do biólogo inglês Jonathan Balcombe, professor na Universidade de Tennessee, Estados Unidos. Neste livro, o biólogo inglês prova com argumentação científica e dezenas de fotos, como os animais procuram a felicidade, no mundo em que vivem e como os laços familiares são intensos na maioria das espécies.

A foto que reproduzimos mostra Tuti, gorila fêmea de 20 anos, abraçando seu filho Zolo, de 4 anos no Zoológico do Bronx. Mostram também leões, porcos, araras, todos demonstrando o carinho entre eles.

Isto quebra um dos paradigmas do Antropocentrismo, que considera que apenas humanos criam esses laços e desfrutam também dos prazeres da vida. Até agora foi considerado que os animais reproduziam só para ter filhos e não pelo prazer, do carinho entre eles.

Daí que a destruição dos laços familiares praticada em zoológicos no mundo, tirando-se a mãe e o pai do filho e da filha, tios de sobrinhos, etc, é uma agressão às famílias das espécies não humanas.

O que acontecerá no dia em que a gorila Tuti perca seu filho Zolo, quando algum burocrata daquele zoológico decidir enviá-lo a outro zoológico, trocado por qualquer outra espécie? As conseqüências serão devastadoras para aquela mãe.

O Zoológico de Belo Horizonte conseguiu recentemente trazer da Inglaterra duas gorilas jovens, para junta-las com um gorila solitário que lá mora. Aquelas duas gorilas foram tiradas de sua mãe e de sua família. Com que direito os seres humanos – que se consideram donos da vida dos não humanos – neste mundo, praticam esta crueldade? Qual é o fim desse ato insano de destruir famílias, para criar artificialmente outras, se não é divertir o público que visita aquele zoológico e pouco se importa com os sentimentos daqueles seres trancafiados atrás das grades, como troféus de nosso poder imperial?

Antes de prestigiar instituições que destroem laços familiares, pense que todos os seres vivos no Planeta sofrem com as separações e as destruições dos laços familiares. Nós humanos não temos o direito de dispor da vida e do futuro de outras espécies, sem considerar que aqueles sofrem com nossas decisões egoístas e absurdas.

Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional