Nas escarpas dos vulcões Virunga encontrava-se a tribo dos pigmeus Batwa até que foram expulsos pelo Governo de Ruanda nos anos 30. Promessas lhes fizeram, que dariam terras cultiváveis, dinheiro, moradia, sementes e animais para a exploração agropecuária. Os tiraram de suas cavernas e os lançaram no esquecimento.
Aquela tribo que vivia em harmonia com seus irmãos Gorilas da Montanha, sem agressão e respeito mútuo, deve viver hoje na absoluta miséria, solicitando esmola e sendo exibidos para turistas brancos curiosos. Aqueles seres pequenos, pacíficos, que viviam da colheita, da caça e da pesca, foram convertidos em seres errantes, que vivem em pequenos grupos, se abrigam precariamente sob folhas de plantas e são dizimados pelas doenças que vieram junto com a civilização.
O Governo tem outra versão, sempre existe a justificativa, de que os pigmeus pegaram o dinheiro e a terra, a venderam e não conseguiram estabilizar-se em lugar algum. Porém até o momento o que sobrou foi o abandono e a desolação, uma agência de turismo ecológico, a Amahoro Tours, é a única que os assiste, e ao mesmo tempo os usa para exibição do que representavam no passado.
Nas montanhas Virunga ficaram poucas centenas de gorilas, assediados por caçadores e por rebeldes, que matam sempre que têm a oportunidade. A reserva Virunga rende para o Governo 7 milhões de dólares ao ano com turismo, e nada para seus donos: os pigmeus Batwa e seus irmãos gorilas.
Notícias do GAP 27.12.2007