ESTADOS UNIDOS
Menos de três meses após sofrer uma lesão “horrível” em sua barbatana dorsal, Katina aparentemente já está se apresentando novamente no SeaWorld Orlando, embora com uma aparência alterada e que provavelmente permanecerá para sempre.
Heather Murphy, fundadora do Ocean Advocate News, contou que foi ver como estava a orca ferida no sábado e descobriu que ela tinha voltado a se apresentar. Ela não sabia quando Katina havia voltado a trabalhar, uma vez que o SeaWorld não passou nenhuma atualização.
“Embora ela pareça estar melhorando, sua barbatana dorsal foi permanentemente danificada”, disse Murphy. “Se ela pegasse uma infecção, poderia ser uma sentença de morte para ela. Ela usou tantos antibióticos e por tanto tempo que seu corpo se tornou resistente, e ela não seria capaz de resistir a uma infecção grave”, denunciou ela.
Conforme publicado em abril, Katina, a matriarca das orcas do SeaWorld Orlando, sofreu um corte enorme na parte traseira de sua nadadeira dorsal no que o SeaWorld acredita ser o “resultado de interações com outros membros do contingente de orcas”.
A lesão ocorreu em 17 de março. O SeaWorld não anunciou nada até duas semanas mais tarde, afirmando que “não estava claro como exatamente ela sofreu a lesão”.
Murphy chamou a lesão de “horrível”. Ela captou uma imagem da sua gravidade e a publicou on-line em 31 de março:
Murphy tirou outra foto em close da lesão de Katina no sábado. Parece melhor, mas ainda é significativa:
“Embora eu odeie vê-la ainda sendo explorada, estou feliz que eles não a empurraram para o tanque dos fundos para ser ignorada como fizeram com Tilikum”, Murphy disse, referindo-se à orca que estava envolvida nas mortes de um instrutor e um invasor no SeaWorld Orlando. Tilikum morreu em janeiro de 2017.
“Pelo menos ela fica um pouco mais ativa e socializa. Ela pode viver com a lesão desde que não haja infecção, até onde eu sei.
O SeaWorld Orlando respondeu na terça-feira última em um comunicado:
“A lesão na barbatana dorsal de Katina continuou a cicatrizar como esperado. Conforme relatado em março deste ano, seu comportamento voltou ao normal quase que imediatamente após a lesão. Desde então, ela não está mostrando nenhum sinal de desconforto e está interagindo com os convidados e com as outras orcas em seu grupo, bem como com a equipe de cuidados e de veterinários enquanto eles continuam a tratá-la”, atestaram eles.
Em um vídeo recente no YouTube, a Dra. Lara Croft, veterinária de longa data do SeaWorld, abordou alguns pontos em mais detalhes.
Croft disse que, embora a ferida de Katina seja profunda, não é uma ameaça à sua vida, seu exame de sangue não está mostrando nenhum sinal de inflamação ou infecção, e ela não parece sentir dor alguma. Quando os treinadores cuidam da ferida, Katina não “mostra qualquer sinal comportamental que isso seja desconfortável para ela”.
“O ferimento provavelmente vai deixá-la com uma aparência alterada, mas não é algo que está causando uma doença sistêmica”, acrescentou Croft.
Alguns se perguntam por que a lesão não é simplesmente costurada. Croft disse que tem a ver com a física envolvida nisso.
Como o tecido do local do ferimento é muito espesso e pesado, e é feito de fibra de cartilagem, suturá-lo de volta, exigiria muita tensão e pressão sobre o tecido e, na verdade, causaria mais danos do que benefícios ”, disse ela.
Katina não é a única orca com ferimentos aparentes. Murphy também mencionou uma descoloração na pele abaixo da boca de Malia.
Ela teve uma descoloração de pele por quase seis meses depois que as baleias-piloto foram levadas para o estádio Shamu e a temperatura da água aumentou ”, disse Murphy. “Eu não sou veterinária, então não conheço o termo técnico, mas esse ferimento é muito semelhante a lesão que Kasatka teve e que começou em San Diego. Ela acabou morrendo por causa disso.”
Kasatka era uma orca de 40 anos do SeaWorld San Diego que morreu há quase um ano, supostamente de pneumonia incurável.
O SeaWorld Orlando contestou a alegação de que algo estaria errado: “Malia, outra orca no aquário, está apresentando uma descoloração em certas áreas de sua pele. As amostras não revelaram nada de sério, simplesmente, as camadas superficiais de sua pele estão se soltando mais lentamente, resultando na mudança de cor. Sua equipe de cuidados veterinários está monitorando a mudança de cor, uma vez que é uma oportunidade para aprender mais sobre a progressão das mudanças de pele em baleias assassinas em cativeiro e em liberdade”.
Fonte: ANDA