A grande propaganda dos zoológicos no Brasil e no mundo é que eles realizam educação ambiental. Existem profundas dúvidas de que isto seja realidade. Eu diria que o zoológico deseduca as nossas crianças, já que apresentam um reino animal totalmente fora de suas características naturais.

De que adianta ir a um zoológico e ver um monte de animais enjaulados, a maioria em construções impróprias, com dormitórios escondidos em que o público não tem acesso a fim de se evitar a fiscalização do cidadão, com animais estressados, graves problemas de comportamento, movimentos repetitivos, olhar perdido no espaço e praticamente não demonstrando que existem.

Aqui reproduzimos um texto, enviado por uma visitante de nosso site, Sra. Maria Lucia Novais, que nos conta de forma sucinta, porém contundente a sua experiência em um zoológico. Suas palavras mais do que as nossas refletem a realidade do sofrimento dos animais nas mãos dos humanos:

?Concordo plenamente com a extinção dos zoos. No zoológico do Rio, é cruel o confinamento de felinos grandes em cubículos onde mal podem andar! Da última que lá estive, contra minha vontade, somente por insistência do meu neto, pude presenciar o desespero desses animais quando se aproximava a hora de comida, batendo furiosamente com as patas na portinhola de acesso ao comedouro. Na mesma ala, numa jaula de igual tamanho, um urso balançava a cabeça como autista, alheio a tudo (há alguns anos atrás, vi em outra jaula, com lago e caverna, um urso que batia a cabeça nas pedras em movimentos repetitivos, acho que é o mesmo urso, que sem conseguir morrer, virou autista). Vi ainda, um chimpanzé que cavava furiosamente para atirar terra na multidão que o provocava. Embora houvesse placas de advertência, um guarda do parque a tudo assistia sem tomar atitude nenhuma. Aliás, as placas pedindo para não dar alimentos aos animais também não são respeitadas.

Por tudo isso e outras coisas mais que vimos pelo caminho, ficamos muito tristes por vários dias e meu neto, graças a Deus, desistiu de visitar zoológicos.

17 de Agosto de 2004.?