Com esta frase, o eminente cientista espanhol resume a luta que ele, outros cientistas e o Projeto GAP na Espanha e no mundo travam há uma década para o reconhecimento dos direitos básicos dos Grandes Primatas.
Em uma declaração pública esta semana, o Professor Jose Maria Bermudez, antropólogo e diretor do Centro Nacional de Investigação sobre a Evolução Humana, coloca certamente o seu pensamento:
“O conhecimento de nós mesmos, de nossas origens e de nossa evolução como espécie biológica pode realizar-se em muitos campos da ciência. A informação que nos oferecem os hominídeos, nossos parentes vivos mais próximos em termos filogenéticos, é inestimável. Eles são uma referência e um modelo imprescindível em todos os estudos que se realizam sobre o ser humano. Só por este fato, deveríamos proteger o seu habitat natural e respeitar sua vida em liberdade. As diferenças genéticas que nos separam dos hominídeos atuais são muito pequenas. Compartilhamos com eles uma história evolutiva comum de vários milhões de anos. Por que fazer desaparecer sem remorsos as poucas espécies de nossa própria família evolutiva? O que podemos ganhar com isso e quanto podemos perder se eles desaparecem?”, declarou Bermudez em um comunicado dirigido ao Projeto GAP Espanhol.
Como comenta o Diretor do Projeto GAP da Espanha, Pedro Pozas Terrados, o governo espanhol não tem dado andamento ao Acordo da Comissão de Meio Ambiente do Congresso, que no dia 25 de junho de 2008 solicitou ao governo um prazo de um ano para propor uma lei que defenda os Grandes Primatas na Espanha, os tire de circos, zoológicos e locais de entretenimento e lhes permita uma vida digna. O governo – segundo Pedro Pozas – não deu andamento a este acordo, que gerou um debate público na sociedade. O Projeto GAP Espanhol entende que esse acordo deve ser implementado com urgência, e se baseia entre outros, nesta última afirmação do Professor Bermudez : “Como qualquer outra espécie do Planeta, os hominídeos atuais devem ser protegidos pelas leis em seu próprio ambiente natural. E mais ainda, essas leis devem recolher as especificidades destas espécies, que devem ser reconhecidas como membros de nossa genealogia.”
Dr. Pedro A Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional