As fotos que comoveram ao mundo recentemente de quatro Gorilas da Montanha assassinados em sua reserva do Parque Nacional de Virunga, no Congo, por supostos rebeldes contra o Governo da RDC, na realidade foram mortos por campesinos que têm plantações na periferia da reserva, e que acusam os gorilas de depredar suas plantações de batatas.
O Projeto GAP da Espanha entrevistou pessoas bem informadas que trabalham com os grupos de Gorilas da Montanha, e também observam o abandono do Governo com o cuidado do Parque que rende bom dinheiro em recursos turísticos, que não são aplicados na área, e confirmaram a informação de que as mortes dos gorilas foram em represália pela invasão de seus cultivos pelos campesinos.
Os campesinos já tinham advertido os guardas do Parque que se os gorilas voltassem às suas plantações eles reagiriam, ou o Governo os indenizasse pelas perdas de suas plantações de batatas, porém o Governo nada fez, e quando um grupo de 12 gorilas, do grupo de Rugendo, com um gorila de costa prateada no comando, entrou na plantação, foram seguidos pelos campesinos que atiraram no grupo, matando o chefe e 4 fêmeas. Dois dias depois foi encontrado também um bebê gorila fêmea ferida a bala na perna esquerda, que foi levada para o centro de tratamento de Goma, onde se recupera.
A única fonte de sobrevivência dos campesinos que moram na periferia do parque de Virunga são seus cultivos. O Governo do Congo não os ajuda, não os ensina, não lhes dá assistência e não policia corretamente o Parque para evitar as incursões dos gorilas e os confrontos com os humanos. O dinheiro da UNESCO e outras fontes internacionais que chegam para manter o Parque funcionando, educar e alimentar a população local é desviado para enriquecer os que comandam a área do Parque e o turismo que o mesmo gera. Para o Governo do Congo não interessa que isso se conheça, e prefere que as diversas versões que circulam na imprensa acusem os rebeldes e guerrilheiros que lutam contra o Governo Central, como os que matam os gorilas.