Sabíamos que eles não ficariam calados, inventariam alguma justificativa para voltar a defender o uso de chimpanzés na pesquisa biomédica, que tanto dinheiro rendeu, e ainda rende, a vários laboratórios e centros de pesquisa na América do Norte, que são fartamente compensados pelo uso dos grandes símios em testes invasivos.
Peter D. Walsh, da Universidade de Cambrigde, no Reino Unido, que se apresenta como expert em gorilas e chimpanzés, é a ponta da lança do “lobby” dos torturadores. Num trabalho publicado na revista Norte-Americana PNAS, acusa Jane Goodall e a faz responsável pela morte, até à beira da extinção, de gorilas e chimpanzés, porque ela ataca o uso deles em experiências médicas, que poderiam desenvolver uma vacina, como uma contra o vírus Ebola, que, segundo ele, sem comprová-lo, tem matado extensas populações de grandes símios no Continente Africano.
O trabalho do lobista, disfarçado de cientista, diz que a ação de Jane Goodall impediu o desenvolvimento de uma vacina nos chimpanzés contra as doenças que lhes afetam. Um projeto que agora eles tiram da cartola para justificar é manter na tortura os chimpanzés remanescentes que se encontram em mãos públicas e privadas na América do Norte.
O que o lobista não explica é que em 50 anos de tortura NUNCA se pensou em desenvolver uma vacina ou um remédio para curar os símios, sempre foram pesquisas para doenças que afetavam os humanos. Depois de 50 anos fazendo sofrer e matando centenas de grandes símios nos laboratórios biomédicos, é que chegaram a conclusão de que poderiam tê-los usados para controlar as doenças que os afetavam, e não exclusivamente as doenças humanas. Uma hipocrisia inacreditável!
Ainda mais, quando na década de 80, os Estados Unidos começaram a reproduzir chimpanzés freneticamente, financiado pelos recursos do NIH, para desenvolver uma vacina contra a AIDS Humana. Depois de sacrificar centenas deles nessa empreitada absurda, perceberam que a AIDS dos Símios era diferente. E descobrindo isso, não fizeram um projeto para desenvolver uma vacina contra essa doença, que seria relativamente fácil, já que tinham centenas de chimpanzés em experimentação em vários centros de tortura, como os 75 que existem em Bastrop, no Texas, na Faculdade de Veterinária, exclusivamente dedicados a doenças humanas.
Peter D. Walsh e seus colaboradores não enganam ninguém, nem vão conseguir reverter a decisão que o Governo Norte-Americano tomou de aposentar as centenas de chimpanzés em seu poder. Porém, existem várias centenas deles em mãos privadas, que não têm essa proteção, e muitos deles ainda são financiados pelo NIH que podem voltar a ser ativados na tortura, se estes lobistas não forem desmascarados ante o mundo.
Nunca desenvolveram uma vacina nem um tratamento que beneficiasse os grandes símios. O interesse sempre foi gerar remédios, vacinas e tratamentos que fossem vendidos aos humanos, já que eram os únicos que poderiam pagar, e muito, por suas potenciais descobertas.
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional
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