As escavadoras trabalham rápido, o fogo ajuda mais rápido ainda, centenas de hectares de terra ficam convertidas em desertos, 85 companhias que plantam e vendem óleo de palma, trabalham dia e noite, para produzir um falso bio-combustível, que deixa o Kalimantan central, no coração de Bornéo, na Indonésia, na miséria, enriquecendo a uns poucos.
O Sr. Christophel, do povoado de Tumbang Koling, leva o enviado do GAP, até o início da floresta, atrás fica a terra desolada e cheia de cinzas. Em um pedaço de selva remanescente de poucas centenas de metros se refugiam 6 gibões e 1 orangotango, esperando seu destino final, que será a morte.
Durante 35 anos o Sr. Christophel tem defendido sua floresta de 6.000 hectares, até com a vida, porém a vida dele já não é suficiente. Ele conta para o GAP o seu drama: “As companhias de palma arrasam tudo, tenho medo de que só possa resistir um mês mais. No fim eu vou perder aquela floresta. Quando eles não conseguem comprar as terras dos proprietários, a incendeiam. Aí os indígenas têm que vender por qualquer preço, já que a terra não vale mais nada. A princípio em minhas terras, no início de 2000, na floresta tinha 30 orangotangos. A partir de 2005 que chegaram as companhias de palma, quase todos desapareceram, mortos, capturados, outros conseguiram fugir para algumas florestas ainda existentes.”
Ele acrescenta “o dia em que estas florestas desaparecerem os orangotangos e todos os animais que aqui vivem morrerão, já que não terão mais lugar aonde ir.”
A plantação de palma avança 2 milhões de hectares por ano. Em 2006 a produção de óleo de palma era de 110 milhões de toneladas, este ano será 260 milhões. Este óleo tem diversos usos – nos alimentos, como sorvetes e chocolates, em higiene – sabonetes e “shampoos”, porém seu uso principal é como bio-combustível, devido à exigência de muitos países que o utilizam.