Os chimpanzés são tão parecidos com os humanos no comportamento, que muitas vezes devemos seguir os parâmetros do nosso convívio humano, para conviver com eles. Entre os seres humanos, sempre é melhor negociar que enfrentar uma situação pela força ou violência.
Dias atrás entrei no recinto do Leo, de 8 anos de idade, que fica na área com cerca elétrica, para curar pequenas feridas em sua pele causadas por picadas de insetos. Em um momento, após o curativo, caiu do meu bolso o frasco de Rifocina spray, que usamos para este tipo de feridas. Ele viu o frasco antes que eu e o pegou. O frasco era de vidro e minha preocupação não era o conteúdo, que seria inócuo se ele o ingerisse apesar de que tinha pouco, porém sendo de vidro ele poderia cortar-se ao quebrá-lo com os dentes. Leo fugiu para um lugar afastado de mim e eu o persegui por todos os 10.000 metros quadrados da área. Lutei com ele, no bom sentido, para tentar tirar o frasco de sua boca. Ele às vezes o tinha na boca e em outras tentava aplicar o spray nos lugares das feridas, como eu fazia. Já esgotado após 1 hora de tentativa, saí da área e fui pegar uma Coca-cola, entrei novamente com ela na mão e naquele instante Leo devolveu-me o frasco quase vazio, porém intacto e ficou bebendo tranqüilamente a Coca-cola.
Leo deu-me uma lição: “que pela força você nada conseguirá já que eu sou bem mais forte, porém negociando comigo poderá conseguir o seu propósito sem risco ou estresse.”
Essa é mais uma lição dada a nós pelos chimpanzés.