As últimas informações que vem do Santuário Éden, África do Sul, indicam que a PASA – Aliança de Santuários Panafricanos enviou um representante para inspecionar o local e saber os detalhes do ataque dos chimpanzés a um tratador, assim como evitar a possível eutanásia daqueles chimpanzés inocentes.
A PASA enviou um informe ao Instituto Jane Goodall, que presta seu nome àquele Santuário, que na verdade é um empreendimento privado de uma família sul-africana. A PASA também enviou um comunicado ao Governo Sul-africano, que inicialmente anunciou a decisão de sacrificar os chimpanzés, sem saber detalhes da situação.
A PASA, em seu comunicado de maio, quando aconteceu o incidente, declarou que praticar a eutanásia num caso como esse é um procedimento muito perigoso e aconselha a eutanásia só em casos de primatas muito doentes, em forma terminal.
Na realidade, aquele Santuário do Éden nunca foi um Santuário, já que foi construído de forma precária para servir como ponto turístico de um empreendimento hoteleiro dos donos do Santuário, que terminaram convencendo o IJG de emprestar seu nome, para dar-lhe credibilidade.
Uma parte dos chimpanzés que foram para lá estava em Angola e as autoridades de fauna brasileira na época negaram o seu envio para o nosso Santuário. Eles terminaram lá, sem saber que era um local inapropriado para acolhê-los. O próprio Governo Angolano, que desejava muito enviar os mais de 7 chimpanzés ao Brasil, e solicitou oficialmente autorização, teve que concordar em enviá-los para África do Sul sem outra alternativa. A autoridade de fauna do IBAMA da época não tinha a mínima sensibilidade pela problemática da fauna de um país irmão como Angola.
A situação que se apresenta agora é que os donos do Santuário Éden não desejam investir na melhoria das instalações, o IJG não se pronuncia sobre a solução imediata do problema, devido ao seu nome estar envolvido, e o Governo Sul-africano, que não tem o mínimo compromisso com esse projeto, pode decretar a qualquer momento o assassinato de dois chimpanzés inocentes, que têm sofrido uma vida miserável desde sua captura e separação de sua família original.
Quando as informações surgiram, o Projeto GAP colocou seus Santuários afiliados no Brasil à disposição para receber os chimpanzés do Éden, se não existir outra solução imediata que impeça o sacrifício daqueles inocentes.
Existe ainda o perigo de que ninguém assuma uma solução e um novo incidente se repita. Então será difícil impedir a morte daqueles seres que não têm culpa de serem mantidos em um local inapropriado e submetidos a uma vida sem futuro.
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional