A melhor forma entre humanos de conseguir objetivos é através da negociação. Os humanos negociam na política, nos negócios, na vida diária, a cada instante. Os chimpanzés também fazem o mesmo. E nós, humanos, na interação com eles temos que praticar a mesma política para conseguir nos entender.
Vejamos: O chimpanzé Emílio, 5 anos de idade, está mudando os dentes. Nós geralmente tentamos guardar os dentes que são mudados. Um dos incisivos estava caindo, e queríamos ajudá-lo a remover o dente. Ele no fim conseguiu tirá-lo sozinho, mas não queria dar o dente para mim no início. Então lhe ofereci uma troca: seu dente por uma gelatina e ele aceitou na hora.
Outro exemplo, este um pouco mais complicado. Eu estava com Guga, 7 anos de idade, e seu grupo na área com cerca elétrica. Minha esposa me passou um tênis dela para que Guga aprendesse a amarrar o cadarço, porém ele pegou primeiro o calçado e para um chimpanzé um tênis representa um tesouro. Como ele não queria devolvê-lo então comecei a negociar com ele. Eu lhe ofereci uma gelatina, mas ele não se interessou, depois lhe ofereci duas, tampouco; lhe ofereci três, não deu bola. Depois lhe fiz uma oferta final, as três gelatinas e um litro de suco de fruta, aí ele colocou o tênis em minha frente. Peguei e devolvi para minha esposa.
Então Guga começou a cobrar a promessa, uma gelatina, depois outra, e outra, e no fim o litro de suco, até que não terminou de consumir a oferta não ficou satisfeito.
Dr. Pedro A. Ynterian
Santuário do GAP, Sorocaba, SP, Brasil