SANTUÁRIO DE SOROCABA
Os gibões são considerados na escala dos primatas, em um nível pouco antes dos grandes primatas. Em inglês são conhecidos como “Lesser Apes”. Todos estão agrupados na Família Taxonômica Hylobatidae. Onze espécies são reconhecidas nesta família, que se caracterizam por não ter rabo e viver nas copas das árvores, transportando-se com grande agilidade de um canto a outro da selva. Estão restritos hoje ao Sudeste Asiático. Eles – como nossos macacos-aranha – se movimentam pulando de galho em galho e dificilmente descem ao solo.
Temos três gibões no Santuário de Sorocaba, que vieram procedentes do Zoológico Bwana Park, fechado pelo Ibama, no Rio de Janeiro, por maus tratos aos animais que lá existiam. Temos duas fêmeas: Ju e Rebeca, e um macho de nome Edmundo, mais conhecido como Juca.
Rebeca teve um bebê há um mês. Estávamos em dúvida se ela assumiria a maternidade, já que meses atrás, sua irmã Ju também teve um bebê e o abandonou, antes de nós encontra-lo. Porém, Rebeca é uma mãe dedicada e Lia anda com sua mãe pelas alturas sem o menor problema.
Os gibões do Santuário pertencem a espécie Hylobates syndactylus e são mais conhecidos como Siamang. Uma de suas características principais é a vocalização. Em vida livre eles marcam o território através de grandes e sonoros gritos que são ouvidos a quilômetros de distância. Os nossos também praticam a mesma vocalização, em especial, quando escutam seres humanos conversando perto de seus recintos.
No início a Rebeca ficou com o grupo, mas notamos que Ju estava tentando pegar seu bebê e a separamos, para que a pudesse criá-lo com maior tranqüilidade.
Os gibões estão muito ameaçados de extinção, devido a redução das selvas do Sudeste Asiático, destruídas para o plantio de palmas que produzem óleo e para vender a madeira de grande valor comercial.
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional