Se estima que ela nasceu na África em 1960. No primeiro registro, nos Estados Unidos, ela apareceu como residente por 22 anos no Instituto de Estudos de Primatas de Oklahoma, onde deve ter aprendido a comunicação por sinais.
Em 1982, ela foi enviada ao Centro de Torturas Médicas chamado LEMSIP, no Estado de Nova Iorque, onde ficou 14 anos submetida a experiências de todo tipo, numa jaula suspensa de teto, junto com dezenas de seus companheiros de infortúnio.
Em 1996, ela foi transferida a outro Centro de Tortura, o New Iberia, na Luisiana; quatro anos depois a sua sorte trágica começou a mudar e, junto com suas amigas Stu, Andrea e Ursula, foi transferida para um precário Santuário no Texas, conhecido como WAO. Em 2011, o WAO quebrou financeiramente e o Santuário Save the Chimps, na Flórida, conseguiu resgatá-la com 10 de seus companheiros.
Pela primeira vez, Mona conseguiu desfrutar algo da vida em companhia de suas amigas e pôde andar na grama, subir nos brinquedos e deitar sob o sol floridano.
O seu corpo tinha as marcas da vida de sofrimento em mãos de humanos que abusaram dela durante anos a fio. Porém, o seu espírito nunca foi quebrado e ela sempre teve fé de que algum dia seria libertada daquela vida miserável de torturas e solidão.
Rodeada de muitos cobertores, alguns dias atrás, nunca mais acordou do seu sonho cheio de pesadelos do passado. Ela sobreviveu por 57 anos à maldade humana, era a mais idosa do Santuário e todos os que a conheceram agradeceram por ela ter resistido a uma vida de torturas e violência, e não levar consigo o ódio que alguns humanos mereceriam por isso.
Dr. Pedro A. Ynterian
Secretário Geral, Projeto GAP Internacional