Jony Torres
O comércio ilegal de animais provocou a interdição do Planeta Zôo, uma espécie de mini-zoológico em Lauro de Freitas, de propriedade de Jayme Vieira Lima, tio do deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB). Depois de receber uma denúncia, o Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) realizou uma fiscalização no local, ontem pela manhã, constatou o crime e fechou o espaço imediatamente. O proprietário, que tinha apenas licença para manter os animais em cativeiro sem direito à venda, vai responder a processo judicial e ainda pagar uma multa de R$58 mil.
O superintendente do Ibama, Célio Costa Pinto, informou ainda que o proprietário já solicitou ajuda do órgão para o fechamento definitivo do Planeta Zôo. Um relatório completo da operação vai ser divulgado hoje pelo chefe da Divisão de Proteção Ambiental, José Luiz Maria. A preocupação agora são com os quase 700 animais mantidos em cativeiro de diversas espécies, algumas ameaçadas de extinção. O espaço era mantido desde 2002 pelo Instituto Planeta Zôo, uma organização sem fins lucrativos.
Jayme tinha autorização apenas para manter os animais e as instalações para a visitação pública, mas não poderia comercializar nenhuma espécie. A denúncia sobre a venda ilegal foi comunicada ao Ibama há seis meses e durante todo este tempo o Planeta Zôo foi investigado. Como o proprietário já demonstrou intenção de fechar o local, os trabalhos vão se concentrar em montar a estratégia e definir o destino dos animais. “Vamos conversar muito e trabalhar com cuidado, pois são muitas espécies e precisamos acertar muitos detalhes técnicos”, revelou Célio.O local era muito freqüentado por crianças em passeios escolares durante a semana e nos fins de semana por famílias. De acordo com informações do site do instituto, recebia dez mil visitantes por ano. Cada adulto pagava R$14,50 pela entrada. As atrações principais eram as araras-azuis, avestruzes, cacatuas, emas, faisões, lhamas, macacos, micos-leões-da-cara-dourada, tucanos e outras dezenas de espécies. Os animais ficavam em jaulas e alguns soltos e podiam ser alimentados pelos visitantes.
Fonte: : http://www.correiodabahia.com.br/aquisalvador/noticia.asp?codigo=121189