O dia 24 de outubro é a data marcada pelas autoridades eufemisticamente consideradas de proteção à Fauna Norte-Americana, no Estado da Flórida, para começar a caçada aos ursos negros selvagens. Em dois dias, 320 devem ser aniquilados, a tiros de fuzil, por mais de 1.900 caçadores registrados para esse massacre oficial.
Os protestos dos ambientalistas de nada tem adiantado. Semanas atrás, os caçadores já preparados para o massacre lotavam salões de um hotel de Fort Lauderdale, quando se discutia a operação a ser realizada em outubro. Na parte de fora, ambientalistas com cartazes rechaçavam o plano.
Esta caçada será a primeira oficialmente autorizada em 20 anos. Em 1994, foram proibidas as caçadas, como uma forma de proteger a espécie que estava sendo extinta. Em 2012, as autoridades contabilizaram a existência de mais de 3.000 ursos em vida livre, após estes anos de proteção da integridade deles.
As reclamações de alguns cidadãos não justificam o massacre que está prestes a acontecer. Os ursos invadem propriedades afastadas e vão ao setor de lixo para procurar alimentos. Um programa para educar a população de montar um sistema de conservação de lixo à prova de invasão dos ursos, segundo os ambientalistas, não tem sido realmente implementado pelas autoridades estatais. As reclamações da população são mínimas e não justificam a liberação da caçada.
Autoridades têm matado ursos quando consideram que a queixa de cidadãos representa perigo a vida humana. Em 2014, 34 ursos foram mortos e este ano mais de 70 já foram abatidos a partir de denúncias específicas.
Não tem sentido um Estado com o poderio e a riqueza da Flórida, que gera mais turismo que qualquer outro território Norte-Americano, ser incapaz de montar um plano eficiente e coerente para manter vivos os 3.000 ursos negros que habitam uma extensa área de suas florestas protegidas.
Se algo não for feito urgentemente para impedir esse massacre, 320 ursos inocentes serão trucidados por centenas de caçadores – que são os realmente selvagens desta história e que envergonham a humanidade.
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional