Alerta foi feito por especialistas neste domingo (4), diz a AFP.
Apesar de ilegal, caça é a maior ameaça que esses animais enfrentam.
Os maiores gorilas do mundo têm sido empurrados para a extinção, devido ao aumento da caça ilegal na República Democrática do Congo, e agora estão “em perigo crítico” – alertaram especialistas neste domingo (4).
Com apenas 5.000 exemplares de gorilas do oriente (Gorillaberingei) em todo o planeta, a espécie enfrenta agora o risco de desaparecer completamente, advertiram autoridades nesse tema, falando na conferência global da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês), em Honolulu, Havaí.
Quatro em cada seis dos grandes símios da Terra estão classificados na categoria “em perigo crítico” e “a apenas um passo de serem extintos”, incluindo o gorila do oriente, o gorila do ocidente, o orangotango de Bornéu e o orangotango de Sumatra, segundo a atualização mais recente da Lista Vermelha da IUCN, o inventário mais completo de espécies animais e vegetais do mundo.
Os chimpanzés e os bonobos estão listados como “em perigo”. “Ver o gorila do oriente – um dos nossos primos mais próximos – a caminho da extinção é verdadeiramente angustiante”, desabafou o diretor-geral da IUCN, Inger Andersen.
A guerra, a caça e a perda de terras para os refugiados nos últimos 20 anos levaram a um “declínio devastador de mais de 70%” da população do gorila do oriente, de acordo com a IUCN.
Uma das duas subespécies do gorila do oriente, o gorila de Grauer (Gorillaberingeigraueri), diminuiu drasticamente desde 1994, quando havia 16.900 indivíduos, para apenas 3.800 em 2015.
Apesar de ilegal, a caça é a maior ameaça que esses macacos enfrentam, relataram pesquisadores. Os números da segunda subespécie do gorila do oriente – o gorila das montanhas (Gorillaberingeiberingei) – tiveram uma pequena recuperação, totalizando cerca de 880 indivíduos.
A atualização da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN inclui 82.954 espécies de plantas e de animais, das quais quase um terço (23.928) está ameaçado de extinção.
Houve uma boa notícia para os pandas, que passaram da categoria “em perigo” para o grupo “vulnerável”, graças aos esforços intensivos de conservação por parte da China.
A situação do antílope tibetano (Pantholopshodgsonii) também melhorou, depois que medidas de proteção ajudaram o animal a passar de “em perigo” para “quase ameaçado”, após um pico de caça comercial para a retirada de sua valiosa pele, utilizada para produzir xales.
Mas a situação piorou para outras espécies, como a zebra da planície (Equusquagga), cada vez mais caçada por sua carne e pele, e que passou de uma espécie “segura ou pouco preocupante” para “quase ameaçada”.
“A população reduziu em 24% nos últimos 14 anos, de cerca de 660.000 para uma estimativa atual de pouco mais de 500.000 animais”, descreveu a IUCN.
A caça ilegal e a perda de hábitat também levaram três espécies de antílope encontradas na África para o status de “quase ameaçadas”: o duiker da baía (Cephalophusdorsalis), o duiker de ventre branco (Cephalophusleucogaster) e o duiker de dorso amarelo (Cephalophus silvicultor).
Entre as plantas, a Lista Vermelha destacou a ameaça crescente de extinção para plantas havaianas, devido a espécies invasoras, como porcos, cabras, ratos, lesmas e plantas não-nativas.
No total, 38 das 415 espécies de plantas havaianas foram listadas como “extintas”, e outras quatro, como “extintas na natureza”, o que significa que sobrevivem apenas em cativeiro, ou fora de sua área natural.
Além disso, 87% das plantas havaianas nativas estão ameaçadas de extinção, segundo a lista.
Entre as novas entradas da Lista Vermelha está a Cnemaspispsychedelica, uma espécie de réptil endêmica do Vietnã altamente procurada pelo comércio ilegal para animais de estimação agora “em perigo”.
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