Macacos nascem e morrem invisíveis em um dos maiores laboratórios americanos
postado em 21 jan 2014

Prisioneiros da ciência

Por Monika Schorr, Patrícia Tai e Stephanie Lourenço (Da Redação)

Macacos nascem e morrem presos dentro do SNBL, considerado o maior laboratório em exploração de primatas da Costa Oeste americana, localizado na cidade de Everett. A companhia, que é de origem japonesa, testa medicamentos em macacos e também reproduz esses animais para vendê-los a outros pesquisadores científicos. No mundo inteiro a empresa tem 40 mil primatas.

O laboratório, onde estão atualmente 1200 macacos, tem lugar para mais de 4 mil, além de centenas de coelhos e cães, e milhares de roedores. Segundo o jornal Herald Net, apesar da empresa ter convidado um repórter para acompanhar parte dos procedimentos, fotos dos animais ou imagens que documentassem as condições em seu interior foram proibidas.

Na opinião do jornalista que visitou o estabelecimento, um dos edifícios emana um forte cheiro de animais doentes e à beira da morte. O labirinto tem longos corredores, que lembra um hospital, e apresenta passagens interligadas para transporte rápido de animais ou material de análise entre áreas de segurança.

Embora a lista de clientes da empresa permaneça em segredo devido à controvérsia em torno de testes em animais, sabe-se que ela inclui várias das principais universidades públicas que conduzem investigações médicas, tais como a Universidade de Washington.

SNBL-monkeyEm 2008, a Stop Animal Exploitation Now concentrou sua atenção na SNBL, após um macaco ter morrido por não ter sido removido da gaiola quando ela foi esterilizada com água fervente. O Departamento de Agricultura dos EUA, USDA, não aplicou nenhuma punição ao laboratório.

No mês passado, a empresa enfureceu ativistas de direitos animais após documentos terem revelado como macacos morreram na unidade do Texas. As causas das mortes dos animais incluíam emagrecimento, hipotermia e excesso de calor.

Entre exemplos de experimentos realizados pela indústria farmacêutica em geral, estão macacos que são contaminados com hepatite (entre outras doenças) até animais que têm sua caixa craniana aberta para que eletrodos sejam implantados diretamente em seus cérebros nos estudos neurológicos. Os animais são privados de sua liberdade, vivem em espaços pequenos e fechados, sem ar natural e são tratados como objetos de estudo. Muitos experimentos são feitos sem anestesia para não interferir nos resultados. Mas, segundo os cientistas, eles são muito bem tratados.

Fonte: http://www.anda.jor.br/18/01/2014/macacos-nascem-morrem-invisiveis-maiores-laboratorios-americanos