Livro Eu Sou a Chimba: Na Feira do Livro em Portugal
postado em 20 jun 2007

O livro Eu Sou a Chimba produzido pelo ambientalista angolano Mario Carmo, que divide sua vida entre Portugal e Angola, foi apresentado na Feira do Livro em Lisboa dias atrás, e esgotou toda a primeira edição. Neste livro – que também oferecemos a venda em nossa loja virtual – Mario narra a história de Chimba, bonobo fêmea que ele criou, junto com Bongo, chimpanzé macho que ele também manteve desde pequeno.

Chimba foi para um Zoológico na Alemanha, e Bongo veio para o Brasil, para o nosso Santuário em Sorocaba. Hoje em dia talvez o Mario não os tivesse separado se tivesse nos descoberto a tempo. Ambos primatas sofreram a perda da mãe, morta por caçadores no norte de Angola, em uma viagem terrível para terminar sendo ofertados no mercado de Luanda. Naquele tempo, Angola vivia uma guerra cruenta contra poderes econômicos que desejavam tomar seu controle político, a fim de explorar suas enormes riquezas.

Mario levou os primatas para Portugal, junto com sua família e lá ambos terminaram em um zoológico particular, já que não lhe foi permitido mantê-los em sua casa no interior do país. Mario colocou como exigência que só os separaria quando achasse destino para ambos. Os “experts” aconselhavam separá-los porque eram espécies diferentes, sem importar-se muito com os sentimentos deles, que tinham sido criados juntos dentro daquela família de amantes da Natureza.

Recentemente uma professora portuguesa, a Dra. Cândida Lucas nos visitou e Bongo de imediato identificou o sotaque angolano/ português que é bem diferente do nosso, e se apaixonou pelo contato com ela. Talvez, em sua imaginação viajou quando era criança, quando brincava com Chimba, com os filhos de Mario, quando seus pais humanos lhes davam carinho, que sua mãe quase não conseguiu dar-lhe. Bongo para nós é quase humano, só falta falar algumas palavras para expressar seus desejos e sentimentos, e procura o contato com os humanos que o amam, revivendo seu passado dentro de uma família humana, até talvez com desesperação.

Dr. Pedro A. Ynterian
Santuário do GAP/ Sorocaba – SP