A orangotango que foi alvejada com 74 tiros de chumbinho na Indonésia ficou cega. No raio-x, quatro balas estavam no olho esquerdo e duas no direito. O animal também tinha várias feridas abertas que aparentam ter sido causadas por objetos pontiagudos.
A médica veterinária Yenny Saraswati, do Programa de Conservação do Orangotango de Sumatra, disse que o animal recebeu o nome de Esperança e que foi necessário submetê-lo a uma cirurgia para reparar uma clavícula quebrada. As informações são do portal G1.
Esperança foi encontrada por aldeões, gravemente ferida em uma fazenda no distrito de Subulussalam, na província de Aceh. Ela estava ao lado de seu filhote, de um mês de idade, que sofria de uma severa desnutrição que lhe custou a vida. Ele morreu enquanto era levado, com a mãe, para uma clínica veterinária, segundo Sapto Aji Prabowo, chefe da agência de conservação provincial de Aceh.
“Espero que Esperança passe deste período crítico, mas ela não pode mais ser solta”, disse Saraswati. Foram retiradas do corpo da orangotango apenas sete balas de chumbinho, porque os especialistas decidiram priorizar a fixação da clavícula quebrada e proteger o animal do risco de infecção.
De acordo com o Programa de Conservação dos Orangotangos, o uso de armas de ar para atirar e matar animais selvagens é um problema na Indonésia. Os ataques a orangotangos tem aumentado por causa das indústrias de óleo de palma e papel que avançam sobre o habitat desses animais.
Nos últimos 10 anos, mais de 15 orangotangos foram tratados. Eles tinham quase 500 balas nos corpos. Em 2018, um deles morreu após ter sido baleado pelo menos 130 vezes com uma pistola de ar – o segundo caso de morte naquele ano.
De acordo com um estudo feito em 2018, o número de orangotangos despencou em mais de 100 mil desde 1999 e a chegada das indústrias de óleo de palma e papel na Indonésia tem total relação com essas mortes.
Apenas cerca de 13.400 orangotangos permanecem em estado selvagem na Indonésia. A espécie integra a lista da União Internacional para a Conservação da Natureza, na qual está classificada como “criticamente ameaçada”.
Fonte: ANDA