Desde 1924 existe lei na Indonésia que pune o tráfico de animais. Porém, pouco tem sido feito em todos estes anos para coibir esta prática ilegal. Agora parece que o Ministério Indonésio de Florestas está mudando, e além dos 2.500 orangotangos confiscados desde 1970, um humano que tinha um orangotango foi condenado a uma leve pena de seis meses de prisão por tentar vender o orangotango em seu poder.
A mudança de atitude do Governo, que tem sido muito criticada por todas as organizações de defesa dos animais nos últimos anos, começou em 2010 com o primeiro traficante condenado na Ilha de Borneu.
Este caso mais recente é de um orangotango de 3 anos de idade, chamado Julius, que comoveu o mundo, pois estava sendo vendido após a sua mãe ter sido morta por traficantes.
Esta ação conjunta do Ministério de Florestas e do Programa de Conservação de Orangotangos da Sumatra, que desde 2001 tem um projeto de resgate destes primatas e sua reintrodução na floresta, já conseguiu introduzir 150 orangotangos confiscados pelas autoridades.
O drama dos orangotangos tanto na Ilha de Borneo como de Sumatra é a perda do seu habitat, que está desaparecendo de forma acelerada com queimadas para dar lugar a plantações de palmas produtoras de óleo, que as grandes corporações farmacêuticas e de cosméticos compram avidamente.
À medida que as florestas desaparecem, os orangotangos ficam mais em contato com a população e com suas plantações, que são invadidas a procura de alimentos. O resultado é a morte de orangotangos nas mãos dos agricultores.
O ritmo da desaparecimento de florestas é algo que deve ser paralisado, já que não adianta prender traficantes se os símios não vão ter habitat para viver. De todas as formas, o Dr. Noviar Andayani, Diretor do Programa da Sociedade WCS na Indonésia, declarou: “Temos esperança que esta prisão de um traficante seja uma mensagem clara de que o tráfico de animais selvagens não será mais tolerado na Indonésia”.
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional