Indonésia e a devastação causada pelos biocombustíveis
postado em 14 jun 2010

A Indonésia é considerada o segundo país do mundo em riqueza de biodiversidade.
Cerca da metade dos 150 milhões de hectares do país é composto por florestas, o que leva a Indonésia a ser o terceiro país do mundo com maior cobertura florestal, atrás apenas do Brasil e da República do Congo.
Mas a Indonésia também ocupa os primeiros lugares no que diz respeito à devastação ambiental. Parece que onde a natureza é mais rica, mais empenho há para se destruí-la.
A cada dia se destroem 51 quilômetros quadrados de floresta, uma área equivalente a destruição de 360 campos de futebol por hora.
Se perde a biodiversidade. Se perde a vida.
O desaparecimento de ecossistemas naturais faz com que muitas espécies se encontrem em perigo de extinção. Entre elas, um dos seres mais extraordinários do planeta: o orangotango.
Os orangotangos só ocorrem na Indonésia e seu habitat já foi reduzido em 90%.
Desconhecemos quantos deles permanecem em liberdade. As estimativas atuais apontam cerca de 40 a 50 mil destas pessoas vivendo nas florestas. Sim, pessoas, com linguagem, cultura, consciência, sentimentos de culpa, vergonha, amizade, amor, compaixão.
Qualidades que não somente compartilhamos com eles, mas que também nos unem de uma maneira única.
Este é o silencio sinistro de uma selva destruída.
“Há cinco dias, 60 hectares de floresta ainda estavam aqui. A gente via uma variedade de animais: gibões, répteis, borboletas, uma variedade de pássaros. Mas sabemos que em algumas horas nenhum deles estará aqui. Não haverá floresta, animais ou plantas. Toda essa floresta será transformada numa plantação de palmeiras para extração de óleo. Todas as espécies vão desaparecer por causa de uma plantação invasora. Quem pode dizer que a plantação de palmeiras é sustentável. É um desastre. É tudo uma grande mentira”.
A demanda internacional de azeite de palma para alimentação, cosméticos e indústrias, bem como para combustíveis é o principal motivo da devastação das florestas da Indonésia. Existem vários estudos que criticam a falsa teoria dos biocombustíveis.
O próprio prêmio Nobel Hartmut Michel afirma: “os biocombustíveis não reduzem a emissão de gás carbônico. E promovem o desflorestamento e o fim dos cultivos básicos de subsistência.”

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