O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) transferiu nesta quarta-feira (1º) sete tigres que viviam no Canil Emanuel, em Maringá. Os três caminhões que fariam o transporte dos felídeos até os zoológicos de Curitiba, Dois Vizinhos (a 426km de Maringá) e Sapucaia do Sul (RS) – na região metropolitana de Porto Alegre – deixaram o local por volta das 21h, após pouco mais de 13 h de operação.
Quatro agentes do Ibama, acompanhados de funcionários dos zoológicos, chegaram ao canil por volta das 8h para cumprir a determinação da Advocacia-Geral da União (AGU), por conta de supostas irregularidades no local, que levaram à interdição e cassação do alvará para “cria, recria e comércio de animais”, no final de agosto.
No início, os agentes foram impedidos de abrir as jaulas e levar os animais. A logística para o transporte dos animais já estava organizada do lado de fora, com caminhões especiais. Funcionários do canil chamaram a Polícia Militar – que enviou uma viatura ao local –, alegando que houve invasão de domicílio. Na sequência, a PM passou a ocorrência à Polícia Ambiental.
A remoção dos tigres das jaulas só começou no período da tarde. Apenas dois animais não precisaram ser sedados para o transporte. Dos sete felídeos, quatro foram para Curitiba, um casal para o zoológico de Dois Vizinhos, e dois machos para o Rio Grande do Sul.
Durante todo o dia, o mantenedor Ary Borges e advogados do canil tentaram impedir, junto à Justiça Federal, a retirada dos animais. Eles alegaram que os tigres deveriam permanecer no local até o final do processo que tramita na Justiça a respeito da castração dos bichos.
No início da noite, a decisão do juiz federal Sócrates Hopka Herrerias foi que a remoção continuasse — podendo ser questionada, posteriormente, por meio de recursos na Justiça. “Vamos lutar até o fim, como um leão”, prometeu Borges, que deve ingressar com recurso ainda nesta semana.
Entre os compromissos dos tigres para os próximos dias estava a gravação de um quadro para o programa Pânico na TV, da Rede Bandeirantes. “As panicats viriam para cá neste fim de semana”, disse um funcionário – informação confirmada por Borges.
O diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Prefeitura de Curitiba, Alexander Biondo, que acompanhou a operação, disse que a condição dos animais parecia imprópria. “Encontramos uma cabeça de cavalo em estado de putrefação. Não vejo que essas sejam as condições ideais”, diz.
Ibama
Em nota enviada à imprensa, o Ibama explicou que cumpre orientação da Advocacia-Geral da União baseada na constatação de irregularidades como a transferência de animais sem autorização, exposição não permitida de animais com fins de visitação, precaridade e falta de segurança das instalações e reprodução da espécie sem autorização do órgão ambiental.
Ainda de acordo com o instituto, a licença de funcionamento do canil não foi renovada pela Prefeitura de Maringá e a remoção dos tigres “busca de forma prioritária proporcionar melhores condições para o bem-estar dos animais”.
Confira a nota na íntegra:
NOTA EXPLICATIVA
Curitiba, 01 de outubro de 2014
O Ibama/PR realiza no dia de hoje a remoção do plantel de tigres do Mantenedor Canil Escola Emanuel em Maringá, o qual já encontrava-se embargado pelo Ibama e interditado pela Prefeitura Municipal de Maringá.
Os tigres serão destinados para Zoológicos nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, sendo os mesmos nomeados como fiéis depositários dos animais.
Entre as irregularidades constatadas pelo Ibama em conjunto com a Advocacia Geral da União estavam a transferência de animais sem autorização, exposição não permitida de animais com fins de visitação, precaridade e falta de segurança das instalações e reprodução da espécie sem autorização do órgão ambiental.
Adicionalmente, informamos que a licença de funcionamento do local, emitida pela Prefeitura Municipal de Maringá, não foi renovada.
A destinação dos animais nesse momento busca de forma prioritária proporcionar melhores condições para o bem-estar dos animais.
Superintendente do Ibama/PR
Jorge Augusto Callado Afonso
Fonte: odiario.com