Durante anos Hollywood foi o grande exibidor de chimpanzés e orangotangos no mundo do entretenimento, mostrando-os em filmes e espetáculos. Isso está mudando, todos os treinadores que tinham grandes primatas em seu acervo, estão desfazendo-se deles rapidamente. A limitação que tem existido é a falta de locais para recebê-los.
Segundo uma matéria publicada no site do Center for Great Apes, de Wauchula, Florida, seis anos atrás, com o apoio da Fundação Arcus, este Santuário assinou um acordo com o maior treinador de grandes primatas de Hollywood, que tinha um grupo de 22 primatas (orangotangos e chimpanzés, incluindo bebês) para aposentá-los e enviá-los ao Santuário.
Seguindo aquele treinador, outros menores também procuraram santuários para enviar seus primatas e encerrar suas atividades. A sociedade não aceitava mais o uso daqueles primatas, que quando adolescentes já deviam ser treinados usando métodos violentos, para a exibição pública. Também existiu uma percepção de que a exploração dos mesmos na mídia os fazia mais vulneráveis, já que a população achava que não estavam ameaçados de extinção.
Durante os últimos 20 anos, a Associação de Zoológicos Norte-americanos (AZA), não aceitou chimpanzés doados do mundo do espetáculo. Os zoológicos norte-americanos achavam difícil integrar aqueles seres com a população que eles tinham, que não era tão humanizada. A pressão da sociedade e a falta de vagas em santuários, estão forçando importantes zoológicos norte-americanos, a mudar de opinião e estão começando a aceitar os grandes primatas de Hollywood em suas instalações. Os zoológicos da Carolina do Norte, Arkansas, Maryland, Oakland e Houston têm aceitado chimpanzés de Hollywood. Semanas atrás, os Zoológicos de Atlanta e Indianápolis aceitaram orangotangos que trabalhavam em boates e cinema.
O problema dos grandes primatas nos Estados Unidos é gigantesco, já que ainda existem mais de mil chimpanzés parcialmente aposentados de experiências médicas, sem destino final, pela falta de santuários adequados para recebê-los. Pelo menos os que Hollywood tornou famosos agora conseguiram um destino adequado e deixarão de ser explorados.
Dr. Pedro A. Ynterian
Presidente, Projeto GAP Internacional