No sábado, dia 7 de agosto, estávamos na Kombi com Guga e Carolina com destino à área de mata, onde eles ficam uma hora pela manhã, mas esta vez eu os levei no fim da tarde. Quando chegamos, encontramos uma mulher afastando da área um grupo de bois. Nos chamamos a atenção dela, de que essa área era preservada e não podia deixar escapar seus animais para lá.
A mulher não conseguiu dominar a boiada e observamos que eles penetraram de novo em nossa área, porém em um setor afastado. Eu fiquei deitado em uns troncos enquanto Carolina e Guga brincavam, porém Guga ficou atento aos bois e seu destino. Minutos mais tarde eu levantei e me deparei com 7 bois na minha frente, a poucos metros de nós e a mulher atrás. Guga já tinha se afastado e quando os bois recomeçaram a andar, ele mergulhou na mata e eu não achei mais ele. Carolina pulou em minhas costas, eu tentei com um galho desviar os bois da nossa direção, que com ajuda da mulher, terminaram descendo pela estrada de pedra, afastando-se de nós.
Comecei a procurar Guga, com Carolina em minhas costas, porém Guga tinha sumido. Como estava sem comunicação com o Santuário, decidi pegar a Kombi, voltar, deixar a Carolina em seu recinto e retornar com ajuda. Eu já estava entrando em pânico, pensando que Guga poderia, apavorado, embrenhar-se na mata e perder o caminho de volta. Fui quase voando para o Santuário, deixei a Carolina lá e o tratador Beto veio comigo para procurá-lo na mata. Quando chegamos, buzinamos de novo, gritamos o nome dele e de imediato ele saiu correndo da mata, onde estava escondido, na grama alta, esperando ver o que acontecia. Emitindo os sons de alegria nos abraçou e o levamos para o Santuário. No entanto Guga estava preocupado já que para ele Carolina tinha sumido. Quando chegou e a viu no recinto do lado, começou a pular e fazer gestos e sons de alegria.
Esta pequena aventura demonstra a inteligência e esperteza dos chimpanzés. Ele não se apavorou e não se adentrou na mata, onde existem outros perigos; ele ficou escondido, observando, sem fazer barulho, quando percebeu que os bois estavam longe e viu que voltamos, então saiu do seu esconderijo. Se nós não tivéssemos ido à sua procura, temos certeza de que teria voltado ao Santuário, pelo caminho que ele já conhece.