Guga, hoje com 6 anos de idade, é o fundador do Santuário do GAP, e ele sabe de sua importância. Ele circula entre todos os grupos de chimpanzés menores até adolescentes, faz o meio de campo, como se fala esportivamente, entre todos os chimpanzés de 2 a 10 anos de idade, e também até se relaciona com alguns adultos esporadicamente.
Guga está entendendo que sua integração nos grupos é fundamental para toda a comunidade. Ele já não se interessa em passear na Kombi à tarde sozinho, só vai na mata com seu grupo de manhã, e às vezes à tarde quando sua mãe humana está lá, como uma forma de ficar com ela um pouco de tempo.
Levo Guga para passear de mãos dadas, como uma criança, quando o tiro dos recintos e vou a algum lugar ou pego a Kombi para passear dentro do Santuário, a minha mão enlaçada com a dele é o sinal para ele de que deve confiar em mim e ir comigo a qualquer lugar. Ele se comporta com disciplina quando estamos com as mãos dadas e quando solto a dele, ele sabe que pode fazer sua vontade. Dias atrás eu estava na cabine da Kombi com ele, voltávamos da mata, geralmente eu dou a mão para ele, desço e entro com ele no recinto, distante alguns metros do veículo. Eu estava demorando, já que estavam destravando uma porta do recinto, aí ele me ofereceu sua mão, em lugar de eu tomar a iniciativa, aquele gesto dele era sua forma de expressar que queria sair de lá e entrar no recinto com seus irmãos, eu atendi o seu pedido, ele entrou correndo e foi procurar sua turma.
Quando nós humanos refletimos sobre estes pequenos gestos e atitudes, forma de conversar, e entendimento, entre primatas humanos e não humanos, é que ficamos revoltados com a humanidade que destruiu milhares de vidas destes seres inocentes, por vaidade, cobiça ou simples exibicionismo.